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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A justiça que decorre da fé em Cristo



Cristo é o fim da lei para justiça, mas não o fim da lei.
Em anos recentes, o número de traduções bíblicas disponíveis e paráfrases do texto bíblico, aumentou marcadamente. Algumas são boas, outras, nem tanto. Mas, frequentemente, comparando a linguagem de várias versões diferentes, pode-se obter um melhor entendimento do que a Bíblia diz.
Esta versão particular que irei empregar é chamada a Versão Revisada de Venden! Trata-se de uma paráfrase de Romanos 9:30 – 10:4. “Que diremos, pois? Os gentios, que não trabalharam para produzir frutos, os produziram – e isto é verdade! Mas Israel, que trabalhou duramente para tentar produzir frutos, não conseguiu produzir qualquer fruto que seja. Por quê? Porque tentaram fazê-lo por si mesmos, trabalhando duramente na produção de frutos. Irmãos, o desejo e oração de meu coração e minha oração a Deus por Israel é que possam ser salvos. Pois dou testemunho de que eles se empenharam duramente – mas não para as coisas certas. Pois não entenderam a maneira divina de produzir frutos e assim desenvolveram seu próprio método para tentar produzir frutos e não se submeteram ao modo divino de fazer as coisas. Porque Cristo é o fim do trabalho duro para produzir frutos, para todo aquele que crê.”
Traduzir a Bíblia é tarefa penosa! Tente fazê-lo, às vezes, com algum texto favorito, e veja como se sai!
O que Paulo está descrevendo em Romanos 9 e 10 é a falta de compreensão de Israel quanto à maneira de produzir os frutos de justiça. Eles não compreendiam os métodos de Deus, e assim estabeleceram seus próprios métodos, que não funcionaram. Tinham empreendido grandes esforços. Paulo estava disposto a admiti-lo. Mas o esforço deles terminou em nada, porque era dirigido para a coisa errada.
Dois pensamentos extremos parecem surgir, quando se trata da guarda da lei. O primeiro é: “Se a lei é boa, vamos todos lutar para obedecer-lhe.” O resultado é legalismo, e não obediência genuína.
O segundo extremo é: “Se não temos que lutar para observar a lei, não deve ser necessário guardá-la de modo algum.” O resultado é antinomianismo, e não obediência genuína. Ambos os extremos levam ao mesmo erro, no final de contas.
A justiça que decorre da fé em Cristo, somente traz boas novas – de que a genuína obediência é possível, mas que não vem mediante nossos esforços para produzir obediência. A correta compreensão da experiência de justificação pela fé em Cristo apenas impede tanto o legalismo quanto a ausência de lei.
Mediante um ativo relacionamento e comunhão com o Senhor Jesus, reconhecemos uma apreciação continuamente maior de Seu amor e bondade para conosco. E “logo que tenhamos uma visão correta do amor de Deus, não teremos disposição para dele abusar.” – Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 312.
Cristo não é o fim da lei; Ele é o fim de nossos inúteis esforços para observá-la. O seguro resultado de um relacionamento de fé com Ele será a genuína observância da lei que procede do coração.
“As boas obras se seguirão como as florações e frutos da fé. A apropriação da justiça de Cristo será manifestada numa vida bem ordenada e na conversação santificada.” – Ellen G. White, Signs of the Times, 5 de setembro de 1892.
A melhor prova de que a pessoa é a favor da lei de Deus é estar ela vivendo num relacionamento de fé com Cristo, de modo que a lei possa ser escrita em seu coração. Se reconhecemos as reivindicações da lei de Deus e a realidade de que não podemos guardar a lei, nossa única alternativa é ir a Cristo em busca de Seu dom de justiça.
Fonte: Justificação pela fé - Morris Vendem
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domingo, 1 de novembro de 2015

Quando conhecemos a Deus como é nosso privilégio conhecê-Lo, nossa vida será uma existência de contínua obediência.




Quando conhecemos a Deus como é nosso privilégio conhecê-lo, nossa vida será uma existência de contínua obediência, até os últimos anos de nossa vida.

Viveremos a vida de cristo e poderemos dizer "Vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim e a vida que agora vivo, vivo na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entrou para me remir dos meus pecados". 
Um parágrafo do livro O Desejado de Todas as Nações sumaria a questão da obediência. Identifica a obediência genuína: fala-nos de como a obediência genuína pode ser conseguida: “Toda a verdadeira obediência vem do coração. Deste procedia também a de Cristo. E se consentirmos, Ele por tal forma Se identificará com os nossos pensamentos e ideais, dirigirá nosso coração e espírito em tanta conformidade com o Seu querer, que, obedecendo-Lhe, não estaremos senão seguindo nossos próprios impulsos. A vontade, refinada, santificada, encontrará seu mais elevado deleite em fazer o Seu serviço. Quando conhecermos a Deus como nos é dado o privilégio de O conhecer, nossa vida será de contínua obediência. Mediante o apreço do caráter de Cristo, por meio da comunhão com Deus, o pecado se nos tornará aborrecível.” – DTN, pág. 668.

Tornemos a ler com atenção, usando uma sentença de cada vez: “Toda verdadeira obediência procede do coração.” Se isso for verdade, então toda obediência que não procede do coração não é obediência verdadeira, não é assim? Se temos que empenhar-nos duramente para obedecer, indo contra nossos desejos e inclinações, então seja o que for que consigamos produzir, é somente moralidade, nunca obediência.

”Deste procedia também a (obediência) de Cristo.” Cristo é o maior exemplo isolado de justificação pela fé. Ele veio a este mundo não só para morrer por nós, como também para mostrar-nos como viver. Apocalipse 3:21 nos faz a promessa: “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no Meu trono.” Somos convidados a ser vencedores do mesmo modo que Cristo venceu.
“E se consentirmos, Ele por tal forma Se identificará com os nossos pensamentos e ideais, dirigirá nosso coração e espírito em tanta conformidade com o Seu querer, que, obedecendo-Lhe, não estaremos senão seguindo nossos próprios impulsos.” Qual é nossa parte? Consentir. Qual é a parte dEle? Mudar nosso coração e mente, e mesmo nossos impulsos, até nos encontrarmos fazendo Sua vontade natural e espontaneamente.

Você gosta do som de obediência impulsiva? Seria uma boa notícia para você, quando, tendo que tomar uma decisão na vida, descobrir que o seu primeiro impulso estava em harmonia com a vontade de Deus? É viável!
”A vontade, refinada, santificada, encontrará seu mais elevado deleite em fazer o Seu serviço.” Se o serviço de Deus fosse o seu maior deleite, você precisaria esforçar-se para obedecer? Seria a obediência uma tarefa penosa? Ou seria uma tarefa boa, deleitosa?
Agora entra o método, a explicação sobre como tudo isso pode ocorrer em nossa vida. “Quando conhecemos a Deus como nos é dado o privilégio de O conhecer, nossa vida será de contínua obediência.”

Permita-me perguntar-lhe: se não está experimentando obediência contínua ainda, qual é o problema? Precisa tentar mais tenazmente? Precisa tomar mais resoluções? Desenvolver sua força de vontade? Ou precisa empenhar-se mais para conhecer a Deus como é seu privilégio fazê-lo?
Finalmente, “Mediante o apreço do caráter de Cristo, por meio da comunhão com Deus, o pecado se nos tornará aborrecível.”

Você acha o pecado odioso? Ou por vezes acha o pecado atraente? Se acha o pecado atraente em lugar de detestável, o que está errado? Você não obteve ainda uma real apreciação do caráter de Cristo; precisa comungar com Deus.

Quando nos familiarizamos com Deus, conhecendo-O como é nosso privilégio fazê-lo, a obediência será natural, espontânea, e impulsiva! Ao colocarmos nosso esforço deliberado no sentido de comunhão com Ele, a obediência será o resultado inevitável.

Fonte: Justificação pela fé - Morris Vendem
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sábado, 31 de outubro de 2015

A obediência que é somente externa é uma falsa obediência.



A obediência que é somente externa é uma falsa obediência.
As crianças são conhecidas por colocarem para fora tudo quanto pensam, saudando um convidado para o jantar ao dizer: “Minha mãe disse que espera que você não fale sobre sua operação enquanto estamos comendo”, ou pergunta à tia Clara: “Por que os seus dentes são tão tortos?” Nós, mais velhos, encolhemo-nos e tentamos explicar a diferença entre usar tato e ser desonesto! Não é sempre uma distinção fácil.
Com freqüência, os adolescentes se queixam dos hipócritas na igreja. São rápidos em discernir um padrão duplo em seus professores e líderes. Às vezes, suas perguntas podem tornar-nos até mais embaraçados do que as francas observações de uma criança de cinco anos. Mas requerem respostas diretas, e desprezam o fingimento.
Uma expressão que recentemente ouvi de adolescentes foi: “Seja autêntico!” Foi empregada como um desafio à realidade, significando o mesmo que “Você não me pega com essa!”, ou “Você não está falando sério!”
O próprio Deus gosta da realidade! Quando Jesus aqui esteve, foi mais severo com os fariseus do que com qualquer outro tipo de pessoas. Algumas das declarações mais duras na Bíblia, são dirigidas aos hipócritas, como acontece em Apocalipse 3, onde Deus chega ao ponto de dizer que prefere o pecador declarado ao cristão fingido. Ele só não foi tão “polido” ao dizê-lo! “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio, ou quente! Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da Minha boca.” Versos 15 e 16.
“Vossa justiça própria causa náuseas ao Senhor Jesus Cristo.” – Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 7, pág. 963.
Deus insiste quanto à realidade! Ele deseja apenas a oração que procede do coração. Não quer só palavras. Ver O Maior Discurso de Cristo, pág. 86. Deseja somente as dádivas e ofertas que derivam do amor e disposição em dar. Não deseja coisa alguma que seja dada com pesar. Ver II Coríntios 9:7. Quer apenas o serviço de amor. A obediência que vem do coração.
A obediência exterior não é considerada por Deus.
“Há os que professam servir a Deus, ao mesmo tempo que confiam em seus próprios esforços para obedecer à Sua lei, formar um caráter reto e alcançar a salvação. Seu coração não é movido por uma intuição profunda do amor de Cristo, mas procuram cumprir os deveres da vida cristã como uma exigência de Deus a fim e alcançarem o Céu. Semelhante religião nada vale.” – Caminho a Cristo, pág. 43. (Grifo acrescentado).
“O homem que tenta observar os mandamentos de Deus por um senso de obrigação apenas – porque é requerido que assim faça – jamais sentirá o prazer da obediência. Não obedece. Quando, por contrariarem a inclinação humana, os reclamos de Deus são considerados um fardo, podemos saber que a vida não é uma vida cristã. A verdadeira obediência é a expressão de um princípio interior.” – Parábolas de Jesus, pág. 97. (Grifos supridos.)
Aqui deparamos com outro argumento convincente para a obediência ”natural”. Deus não considera as ”boas ações” como obediência, a menos que procedam do coração. Portanto, qualquer moralidade que possamos apresentar sem Ele, todo empenho forçado de nossa parte para fazer o que Deus nos pediu que fizéssemos, sequer conta como obediência.
Deus só reconhece a realidade! Se nossa obediência não vem do interior, não é obediência nenhuma. É isso que Jesus disse em S. Mateus 5, quando nos lembra que o ódio é a base do assassínio, e os pensamentos imorais a base do adultério. Não basta refrear-nos das más ações. O desejo pelo mal, acariciado no coração, é pecado.
Deus nos promete realidade! Ele tem mais para nos oferecer do que toda uma vida de forçar-nos a nós mesmos a fazer o que detestamos e ranger os dentes para deixar de fazer o que realmente apreciamos. Quando Ele vive Sua vida em nós, obedecemos, porque a obediência está em harmonia com nossos próprios desejos. Este é o único tipo de obediência genuína que existe.

Fonte: Justificação pela Fé.
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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Aquele que depende de Deus para ter o poder, não precisa tentar obedecer a duras penas. Ele teria que esforçar-se para não fazê-lo.




Aquele que depende de Deus para ter o poder, não precisa tentar obedecer a duras penas. Ele teria que esforçar-se para não fazê-lo.
Meu irmão e eu éramos companheiros de quarto na faculdade. Isto surpreendeu nossos pais, porque meu irmão e eu tínhamos brigado tanto quando éramos mais novos, que nossos pais às vezes se indagavam se viveríamos o suficiente para tomar-nos adultos – quanto mais para sermos bons amigos! Mas o milagre finalmente aconteceu, e compartilhamos o mesmo quarto por nossa própria decisão.
Um sábado à noite, meu irmão estava inquieto. Estávamos em meio a um inverno – o tipo terrível de inverno que ocorre no sul da Califórnia – cerração! Era uma noite ideal para ficar abrigado, estender os pés sobre a escrivaninha e relaxar com um bom livro.
Mas meu irmão decidira fazer uma caminhada. Na verdade, ele decidira ir até Glendale, a mais de 120 km de distância!
Aquela não era uma decisão racional! Sob circunstâncias normais, a coisa mais caridosa a fazer seria amarrá-lo em algum lugar até que a sanidade mental dele retornasse. Mas meu irmão tinha uma noiva em Glendale. Ele estava apaixonado. E eu sabia sobre sua insanidade! Assim, não só não tentei detê-lo, mas até cheguei ao ponto de considerar suas ações justificáveis!
Temos observado até este ponto nesta seção, que a obediência é um dom. Vimos como a verdadeira obediência parte de dentro para fora, não de fora para dentro. Temos entendido que a genuína obediência é natural e espontânea.
Agora avançaremos um passo além: Se estiver experimentando genuína obediência, teria que esforçar-se para não obedecer, mais do que para obedecer.
Se tiver dificuldades em aceitar esta premissa, lembre-se de meu irmão caminhando para Glendale! Ele era motivado pela força mais poderosa no mundo, a força do amor. A despeito das circunstâncias, a despeito dos obstáculos, a despeito da distância, ter-lhe-ia sido muito mais difícil permanecer em seu dormitório do que caminhar cento e vinte quilômetros. Caminhar para Glendale era fácil, em comparação com ficar sentado com os pés sobre a escrivaninha, lendo um bom livro. Caminhar com a mochila às costas era fácil, em comparação com ficar sob um abrigo. Ir para Glendale era-lhe a coisa natural e espontânea a fazer.
Às vezes as pessoas temem que, quando falamos sobre obediência natural e espontânea, estejamos falando sobre obediência sem esforço. Existe esforço na obediência a Deus? Certamente que sim! Houve esforço envolvido na caminhada do meu irmão até Glendale? Logicamente! Mas a questão crucial é: Onde jaz o esforço maior?
Se lhe é mais difícil obedecer a Deus do que seguir seus próprios impulsos, então você não está ainda experimentando a obediência natural. Se lhe for mais difícil desobedecer, porque seu próprio impulso é obedecer a Deus, então pode saber que Deus está operando em você o querer e o executar segundo o Seu beneplácito.
No Salmo 40:8 Davi descreveu a obediência natural, quando disse: ”Agrada-me fazer a Tua vontade, ó Deus meu; dentro em meu coração está a Tua lei.”
“Olhando para Cristo adquirimos visão mais brilhante e distinta de Deus, e pela contemplação somos transformados. A benignidade e o amor para com nossos semelhantes tornam-se-nos um instinto natural.” – Parábolas de Jesus, pág. 355.
Se é seu instinto natural obedecer, se a lei de Deus está dentro de seu coração e você acha deleite em fazer a Sua vontade, então você teria que tentar mais duramente desobedecer do que obedecer.
Isso não significa que a obediência seja sempre fácil. Nem sempre é fácil seguir seus instintos naturais! Tome o exemplo de uma mãe cuidando de seu filho. Seus instintos naturais a levam a colocar as necessidades da criança acima de suas próprias necessidades. Seus instintos naturais a levarão a trocar as fraldas do bebê, mesmo que, por experiência própria, eu possa assegurar que trocar fraldas nem sempre é uma tarefa agradável! Seus instintos naturais a farão levantar-se durante a noite para alimentar seu bebê e cuidar dele quando estaria muito mais confortável na cama. Cuidar de um bebê seria sempre fácil? Não, mas é a coisa natural para uma mãe ou pai que ama.
Para aquele que é controlado por Deus, a obediência pode não ser sempre fácil. Mas é sempre mais fácil!
Fonte: Justificação pela Fé - Morris Vendem
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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A genuína obediência é natural e espontânea. Ela vem apenas mediante o relacionamento de fé com Cristo.



A genuína obediência é natural e espontânea. Ela vem apenas mediante o relacionamento de fé com Cristo.
Já ouviu falar de uma “contradição de palavras”? Especialistas no idioma têm um termo interessante para isso, mas o que estão ressaltando é o emprego de duas palavras juntas que se contradizem. Um exemplo disso seria “bondade cruel”, ou “bravo covarde”. Às vezes escritores ou oradores podem utilizar tais antíteses para tentar descrever duas emoções ou acontecimentos conflitantes.
Que tal “obediência natural”? Isso lhe soa como uma contradição em palavras? Quando pensa em obediência, pensa em termos de trabalho duro, esforço e luta? E possível que a obediência seja natural?
Uma razão por que a obediência não seria natural é se ela fosse somente exterior, e não interior. Se você deseja fazer algo, mas forçosamente faz outra coisa, então a obediência não será espontânea.
Quanto de nossa assim chamada obediência nos tem forçado a fazer algo que não desejamos? Fazemo-lo enquanto crianças. Nossos pais nos dizem para limpar o quarto, tomar um banho, ou comer espinafre. Mas nós gostamos do quarto do jeito que está. Estamos no estágio de ter alergia por água. Detestamos espinafre. E assim resmungamos e nos queixamos, mas finalmente, de má vontade fazemos o que somos forçados a fazer. E chegamos a imaginar ser isso obediência.
Pode representar extraordinária boa nova descobrir que Deus tem um plano melhor para a obediência do que isso.
Atos dos Apóstolos, págs. 482 e 483 o descreve: “Não podemos pôr por nós mesmos nossos propósitos, desejos e inclinações em harmonia com a vontade divina; mas se estamos dispostos, o Salvador fará isso por nós, ‘destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo’. II Cor. 10:5.”
Se os seus pensamentos e desejos são para o direito, então a coisa natural e espontânea não deveria ser prosseguir praticando ações corretas?
Deus prometeu algumas mudanças emocionantes em nossa forma de pensar, o que resultará em genuína obediência em vez de conformidade exterior. Ele prometeu trazer nossos sentimentos, pensamentos e propósitos em harmonia com Sua vontade. VerCaminho a Cristo, pág. 61. Ele prometeu mudar os gostos e inclinações até que sejam puros e santos. Ver Obreiros Evangélicos, pág. 127. Prometeu que ao olharmos para Jesus, contemplá-Lo, seremos mudados até que a bondade se torne nosso instinto natural. VerParábolas de Jesus, pág. 355. Promete dar-nos, novamente, novos propósitos, e novos motivos. Ver Mensagens aos Jovens, pág. 72.
Pense agora sobre isto por um instante. Se os seus sentimentos, pensamentos, propósitos, gostos, inclinações, desejos, motivos e instintos estiverem em harmonia com a vontade e a mente de Deus, então o que ocorrerá com suas ações? Terá você que esforçar-se duramente para obedecer ou encontrará obediência natural e espontânea?
Observe estes parágrafos: “Se tivermos o amor de Cristo em nossa alma, será consequência natural termos todas as demais graças – alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” – Minha Consagração Hoje, pág. 50.
“Os filhos de Deus nunca se esquecem de fazer o bem… As boas obras são espontâneas para eles, pois Deus lhes transformou a natureza por Sua graça.” – Minha Consagração Hoje, pág. 193.
Descrever a obediência como “natural” e “espontânea” não é uma contradição de palavras. É boas novas! O plano de Deus para você é transformá-lo de dentro para fora, de modo que o obedecer-Lhe trar-lhe-á o maior deleite, porque é exatamente o que sente que deve fazer.

Fonte: Justificação pela Fé - Morris Vendem
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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A verdadeira obediência vem de dentro para fora, não de fora para dentro.




A verdadeira obediência vem de dentro para fora, não de fora para dentro.
Quando meu irmão e eu éramos pequenos, nossa mãe confeccionou-nos chapéus de cozinheiros e aventais, e designou-nos tarefas para ajudá-la na cozinha. Um de nossos trabalhos era lavar os pratos, e o fazíamos por turnos. Uma vez meu irmão lavava e eu enxugava; outra vez eu lavava e ele enxugava.
Aqueles pratos estavam excepcionalmente limpos ao tempo em que terminávamos o trabalho, porque nada causava maior alegria ao coração de quem enxugava do que ser capaz de devolver um prato para ser lavado outra vez! Meu irmão me entregava um prato de volta e eu dizia: “Este prato está limpo!” Ele então apontava para alguma mancha insignificante que passara despercebida, e dizia: “Você chama isso de limpo?” E lá ia o prato para a água de sabão outra vez.
Uma coisa eu aprendi, durante o aprendizado na cozinha: Se você faz com que o interior esteja limpo, o exterior também deve estar limpo.
Jesus, certa feita, empregou a mesma analogia para repreender os fariseus. Ele disse: ”Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes por dentro estão cheios de rapina e intemperança. Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo.” S. Mat. 23:25 e 26.
Quando Deus atua no problema do pecado, Ele vai ao cerne da questão – o coração da pessoa! Esta é uma das principais premissas da justificação pela fé. Deus não é dos que põem bandagem sobre o câncer. Ele sabe que quando o coração está certo, tudo o mais se ajustará no lugar.
Nós, seres humanos, impressionamo-nos com a obediência exterior, porque o exterior é tudo quanto podemos ver. Mas Deus olha para o coração, e nenhuma quantidade de polimento externo pode ocultar o pecado que jaz no coração. Portanto, somente a limpeza do coração tem qualquer valor em sua perspectiva.
Um parágrafo clássico sobre este assunto, escrito para nossa igreja algum tempo atrás, aparece, por incrível que pareça, no livro Conselhos Sobre o Regime Alimentar: “O plano de iniciar pelo exterior e procurar operar interiormente, tem sempre falhado e falhará sempre. O plano de Deus para vós é começar na própria sede de todas as dificuldades – o coração – e então do coração hão de jorrar os princípios da justiça; a reforma será tanto externa como interna.” – Pág. 35.
Há uma filosofia no mundo contemporâneo, que você encontra por toda parte. Alega que a maneira de mudar é disfarçar pelo lado de fora por certo período de tempo, e que se continuar mantendo o disfarce por tempo suficiente, a mudança finalmente será interiorizada. Por exemplo, suponhamos que você deteste o seu vizinho. Bem, se você apenas agir de um modo amorável, mais cedo ou mais tarde começará a amá-lo. O mesmo se daria com um casamento em crise: é só como se estivesse novamente apaixonado, e em breve tudo será superado. Se estiver com um problema de peso, apenas aja como se fosse magro, e logo será magro. Se estiver tendo problemas financeiros, apenas aja como um milionário, e quando menos esperar, estará rico!
O pensamento positivo tem estado em voga por muito tempo. Há somente um problema com isso – não funciona! Lúcifer foi o primeiro a tenta-lo; ele dizia para si mesmo: “Serei semelhante ao Altíssimo.” E tentou agir como Deus, mas acabou comportando-se como o diabo! Contudo, quantos cristãos não têm tentado o método dele, esperando agir como Deus, agir como Jesus, comportar-se de maneira amorável. É um beco sem saída.
Por outro lado, se permitir que Deus opere um milagre em seu coração e o transforme no interior, o exterior inevitavelmente refletirá a transformação interior. A mudança interior está disponível. Ela vem mediante o contemplá-Lo e permitir que o Seu Espírito transforme o coração.
Fonte: Justificação pela Fé - Morris Vendem
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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Quem se desencoraja com seu relacionamento com Cristo por causa de comportamento é legalista.




Quem quer que se desencoraja com seu relacionamento por causa de comportamento é legalista.
O que é um legalista? Bem, segundo a definição popular, legalista é qualquer pessoa que espera ganhar o Céu pela observância da lei. O pagão ou o ateu, não seriam legalistas, porque sequer buscam a salvação. Mas quem quer que tenha a mínima esperança de salvação e baseia essa esperança em suas boas obras ou sua própria obediência ou seu merecimento próprio por qualquer meio, é legalista.
A verdade básica da salvação pela fé somente em Jesus Cristo é que nada podemos fazer para obter ou merecer nossa salvação. Somente podemos aceitá-la como uma dádiva. E a aceitamos indo à presença do Doador. Falamos sobre o fato de que o dom da salvação tem de ser aceito dia após dia, e não apenas uma vez por todas no início da vida cristã.
Contudo, ouvimos seguidamente: ”Tenho tentado manter uma vida devocional, e isso não funciona para mim.”
Pergunto: “O que você quer dizer? Não foi capaz de relacionar-se melhor com Jesus ao passar tempo estudando-Lhe a vida? Achou que passar tempo com a Palavra de Deus e em oração não o conduziram à comunhão com Deus? Achou que o esforço envolvido em separar aquela hora de meditação com Ele dia após dia não valeu a pena? O que não funcionou?”
Quase inevitavelmente, a resposta é: “Descobri que ainda tenho que lutar com a tentação. Ainda cometi alguns dos mesmos erros que cometia antes. Tentei um relacionamento com Deus, e não funcionou.”
Jesus disse: “O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra, depois dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga. ” S. Marcos 4:26-28.
Não esperamos plantar um jardim, criar filhos, obter uma educação, ter êxito num novo empreendimento comercial, aprender a tocar um instrumento musical, construir um edifício, da noite para o dia. Mas quantos de nós esperam tornar-se cristãos instantaneamente! Quantos estão dispostos a esperar pelo desenvolvimento do fruto do Espírito em sua vida?
Parábolas de Jesus, pág. 61, nos diz: ” ‘Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia.’ S. Tia. 5:7. Assim deve o cristão aguardar com paciência a frutificação da Palavra de Deus em sua vida. Muitas vezes Deus nos atende as orações, quando Lhe pedimos as graças do Espírito, levando-nos a circunstâncias que desenvolvem estes frutos; mas não compreendemos Seu propósito, assombramo-nos e desanimamos. Mas ninguém pode desenvolver estas graças, a não ser pelo processo de crescimento e frutificação. Nossa parte é receber a Palavra de Deus e conservá-la, rendendo-nos inteiramente à sua direção, e será realizado em nós seu propósito.”
O relacionamento não se baseia em comportamento. E se é nosso comportamento que nos leva a tornar-nos desanimados com o nosso relacionamento, então sabemos que temos estado de certo modo contando com nosso comportamento para a aceitação por Deus. Quem quer que espere ser aceito e salvo por suas próprias obras, de qualquer maneira, é legalista.
Qualquer vitória sobre o pecado, ou poder para obediência, ou vitória sobre a tentação, jamais procederá de dentro de nós. Se esperamos obedecer, algum dia, precisamos ir a Jesus para obter Sua justiça e continuar indo a Ele. A única coisa que jamais deveria fazer, se se sentir um cristão derrotado, é interromper o relacionamento; pois só através de Cristo você pode esperar ter êxito na vida cristã.
Caminho a Cristo, pág. 64, deveria estar escrito nas páginas em branco de toda Bíblia: “Muitas vezes, teremos de prostrar-nos e chorar aos pés de Jesus, por causa de nossas faltas e erros; mas não nos devemos desanimar. Mesmo quando somos vencidos pelo inimigo, não somos repelidos, nem abandonados ou rejeitados por Deus. Não; Cristo está à destra de Deus, fazendo intercessão por nós. Diz o amado João: ‘Estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.’ I João 2:1.”
É possível a vitória e a superação pessoal? Sim, o poder de Deus está disponível. Que sucede se pecarmos? Temos a oferta do perdão e da restauração.
Podemos tornar-nos desanimados com nosso comportamento por causa de nosso comportamento! Mas se estamos olhando para Jesus em busca de salvação, perdão e poder para obedecer, jamais deveríamos desanimar-nos com nosso relacionamento devido a nosso comportamento. Sua promessa é segura. Se permanecermos com Ele, Ele completará Sua obra em nossa vida.
Fonte: Justificação pela Fé
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terça-feira, 20 de outubro de 2015

A Verdadeira Santificação



A santificação exposta nas Sagradas Escrituras tem que ver com o ser todo - as partes espiritual, física e moral. Eis a verdadeira idéia sobre a consagração perfeita. Paulo ora para que a igreja em Tessalônica possa desfrutar esta grande bênção: "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." I Tess. 5:23.
Há no mundo religioso uma teoria de santificação que, em si mesma, é falsa, e perigosa em sua influência. Em muitos casos aqueles que professam santificação não possuem a genuína. Sua santificação consiste em um culto por palavras e em teoria. Aqueles que estão realmente buscando o perfeito caráter cristão, jamais condescenderão com o pensamento de que estão sem pecado. Sua vida pode ser irrepreensível; podem estar vivendo como representantes da verdade que aceitaram; porém, quanto mais consagram a mente para se demorar no caráter de Cristo e mais se aproximam de Sua divina imagem, tanto mais claramente discernirão Sua imaculada perfeição e mais profundamente sentirão seus próprios defeitos.


Quando as pessoas alegam que estão santificadas, dão suficiente evidência de estar bem longe de serem santas. Deixam de ver sua própria fraqueza e desamparo. Olham para si mesmas como refletindo a imagem de Cristo, porque não têm verdadeiro conhecimento dEle. Quanto maior a distância entre elas e seu Salvador, tanto mais justas se parecem aos próprios olhos.
Quando, com penitente e humilde confiança, meditamos em Jesus, a quem nossos pecados traspassaram, podemos aprender a andar em Suas pisadas. Contemplando-O, somos transformados à Sua divina semelhança. E quando essa obra se operar em nós, não pretenderemos ter qualquer justiça em nós mesmos, mas exaltaremos a Jesus Cristo, pois nosso enfraquecido coração confia em Seus méritos.

Autora: Ellen White, Santificação
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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A boca fala o que o coração está cheio





"E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus e eles serão o Meu povo." II Cor. 6:16.
Se estivermos arraigados e fundados em amor, poderemos "compreender com todos os santos qual seja a largura, e o comprimento e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento." Efés. 3:18 e 19. Oh, preciosas possibilidades e encorajamento! No coração humano, purificado de toda a impureza moral, habita o precioso Salvador, enobrecendo, santificando toda a natureza, e fazendo do homem um templo do Espírito Santo. ...
Sua Resposta à Nossa Fé
Estamos em Cristo por uma fé viva. Ele habita em nosso coração pela nossa apropriação individual da fé. Temos a companhia da presença divina, e ao reconhecermos essa presença, são nossos pensamentos levados cativos a Jesus Cristo. Nossos exercícios espirituais estão de acordo com a intensidade de nosso senso dessa companhia. Dessa maneira andou Enoque com Deus; e Cristo habita em nosso coração pela fé quando consideramos o que Ele é para nós, e que obra por nós tem realizado no plano da redenção. Muito felizes seremos se cultivarmos o senso dessa grande dádiva de Deus ao nosso mundo e a nós pessoalmente.
Tais pensamentos têm um poder controlador sobre todo o caráter. Desejo impressionar-vos a mente com o fato de que sempre podeis ter convosco um companheiro divino se assim o quiserdes.
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terça-feira, 28 de abril de 2015

O Objetivo da Lei é Condenar ou Salvar?

O Objetivo da Lei é Condenar ou Salvar?


O apóstolo [Paulo] reconheceu as reivindicações da lei, e não se revoltou contra ela pelo fato de revelar sua verdadeira condição. Reconheceu a imagem apresentada, mas não pediu à lei: “Limpa-me; purifica-me!” Voltou-se ao Calvário. Caiu sobre a Rocha que é Jesus Cristo e se deixou despedaçar. Reconheceu que ninguém é justificado pelas obras da lei, pois o objetivo dela é condenar, não é salvar; não é perdoar, mas convencer. Ela não pode, em nenhum grau, reduzir o rigor de seus requerimentos. Se um deles pudesse ser deixado à parte, toda a lei seria abolida, pois alterar qualquer mandamento para livrar um infrator tornaria inválidos os demais. Há somente uma esperança para o pecador. Acaso, estaria essa esperança nas cerimônias exteriores? Na rigorosa observância dos deveres religiosos? Estaria ela nas penitências ou nas horas dedicadas à meditação e à oração? Acaso, estaria na abnegação? No atendimento aos pobres e na prática de feitos meritórios? Não! Nenhuma dessas coisas trará salvação a uma pessoa. A questão permanece: “Ficaria o Senhor satisfeito com milhares de carneiros, com dez mil ribeiros de azeite? Devo oferecer meu filho mais velho por causa da minha transgressão, o fruto do meu corpo por causa do pecado que eu cometi?” Não; nenhum ser humano pode permanecer diante de Deus por seus próprios méritos. A salvação acontece apenas porque Jesus pagou o débitoO homem nada pode fazer, absolutamente nada, para merecer a salvação. Disse Jesus: “Sem Mim vocês não podem coisa alguma”. Todo mérito pertence ao nosso Redentor. Todas as capacidades humanas vêm somente por meio de Cristo, e nós podemos dizer a respeito do nosso melhor desempenho: “Todas as coisas vêm de Ti e das Tuas mãos Te damos”.
É a graça de Cristo que atrai o ser humano para Ele. Somente nEle há esperança e salvação para o pecador. O ser humano é indigno de qualquer favor de Deus; porém, como Cristo Se torna sua justiça, ele pode pedir e receber, em Seu nome e através de Seus méritos, a graça e o favor de Deus. Jesus levou sobre Si a penalidade da lei, para que pudéssemos ter Sua graça. Mas esse fato não significa subversão da lei. Paulo afirmou: “Anulamos então a lei pela fé? De maneira nenhuma! Ao contrário, confirmamos a lei”. O benefício da graça de Deus sobre o pecador é que ele pode ser conduzido em perfeita harmonia com o governo do Céu. Na cruz, a misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.
Ellen White, “Signs of the Times” – 10/11/1885
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sábado, 28 de março de 2015

A ênfase bíblica sobre a obediência não induz ao legalismo?



"Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes, para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o Senhor, Deus de vossos pais, vos dá.
" Deuteronômio 4:1

A ênfase bíblica vai contra a tendência de nossa natureza humana caída. Muitas vezes, a obediência é considerada como bloqueio à liberdade. Tendemos a associá-la à sujeição a alguém ou alguma lei. Mas na Bíblia a obediência é algo positivo.

1Obediência é escutar/ouvir: A religião bíblica é uma religião do ouvido. É baseada no fato de que Deus fala aos seres humanos por meio de Sua palavra, revelando-lhes Sua pessoa e vontade. Esse discurso divino se encontra na base da obediência humana. Isso explica o fato de que, na Bíblia, o verbo “escutar/ouvir” muitas vezes significa “obedecer” (do hebraico shamá, ouvir, obedecer [Êxodo 24:7; Isaías 42:24]; ’azan, ouvir [Êxodo 15:26]; do grego akouō, ouvir, obedecer [Marcos 9:7]). Não poderíamos falar corretamente sobre obediência sem um discurso divino prévio. Portanto, obediência é diálogo, ou seja, ouvimos Deus falar e espera-se que respondamos. Nossa resposta não é simplesmente a emissão da palavra falada, mas, mais do que isso, deve ser expressa em forma de obediência. A obediência é uma forma de falar com Deus, nosso interlocutor no diálogo.

2A quem devemos ouvir?: Por que temos que obedecer a Deus? Esta é uma pergunta importante. Porém, a principal é: A quem devo obedecer? Por natureza, existimos sob a sujeição de algum poder (Romanos 8:6-8). Somente pela ação do Espírito Santo temos a possibilidade de escolher corretamente (Romanos 8:12-14). Quando o Espírito nos capacita a ouvir a voz divina e respondê-la pela obediência, somos realmente livres. Se a pergunta por que persiste, então precisamos reconhecer duas coisas. Primeira: na teologia bíblica existe apenas uma autoridade final e legalmente estabelecida, ou seja, O Criador e Redentor. Como fonte de nossa vida, Ele nos chama para ouvi-Lo. Segundo, nós nos submetemos a Ele porque Sua vontade para nós, baseada em Sua sabedoria como Criador e Redentor, é sempre boa.
Portanto, é insensatez nos opormos ao que Deus fala. Em obediência a Ele, tornamo-nos o que Ele deseja que sejamos, e aquilo que, no fundo, procuramos ser.

3Obediência ao Plano Cósmico de Deus: Biblicamente falando, há um plano unificado, plano divino para o cosmos (Efésios 1:9, 10; Colossenses 1:19, 20). Tudo no cosmos foi criado por Deus para funcionar segundo Sua palavra: “Mediante a palavra do Senhor foram feitos os céus” (Salmos 33:6). Quando ouvimos a Deus, o cosmos é reconstituído à unidade. Nossa obediência, portanto, é indispensável para que o cosmos seja completamente integrado à unidade da palavra divina. A verdadeira obediência pressupõe inteligência e liberdade.
A natureza é governada pela vontade divina por meio da lei natural. Essa lei funciona no interior dos sistemas da natureza; consequentemente, Deus não fala diretamente com a natureza. Ocasionalmente, Ele fala com a natureza porque o mal danificou o seu papel e o caos parece prevalecer. Tecnicamente falando, isso não é obediência. Mas os seres humanos, criaturas inteligentes, dotados de liberdade, precisam ouvir o Senhor falando com eles, e, Ele espera uma resposta de Seus interlocutores, para que haja o diálogo.
A resposta humana, assim como a submissão da natureza à vontade de Deus, visa essencialmente o mesmo objetivo: Serviço. Cada elemento do cosmos, serve. Apenas as criaturas inteligentes poderiam ter quebrado o ciclo do serviço; e foi o que fizeram. Como resultado houve a desintegração do cosmos e a ridícula preocupação pela autopreservação. A obediência só é possível pela reintegração através de Cristo, pelo propósito original do Senhor para nós. Obediência é serviço.
Essa compreensão de obediência é, em grande medida, baseada em uma visão abrangente da natureza humana. Somos uma unidade indivisível de vida em forma corpórea. O que quer que aconteça em nosso coração quando o Espírito fala conosco, acontece à pessoa inteira. O “sim” de nossos lábios deve ser o “sim” de nossos olhos, ouvidos, boca, mãos e pés. Essa é uma reposta à voz divina que leva o corpo todo à ação. Obediência é privilégio, não legalismo.

Fonte: Angel Manuel Rodríguez, Revista “Adventist World” – novembro 2013
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sexta-feira, 27 de março de 2015

O que significa “A Lei foi o nosso aio/tutor até Cristo”? – Gálatas 3:24



Essa é uma pergunta sobre a “função” da lei. Apresentarei um pequeno resumo sobre a lei em Gálatas e, a seguir, consideraremos duas ilustrações usadas por Paulo, incluindo a mencionada no título.

1A Lei: Falsos mestres da Galácia exigiam que os crentes fossem circuncidados a fim de pertencerem ao povo de Deus. Segundo Paulo, esses ensinamentos eram contrários ao conceito da salvação em Cristo (Gálatas 1:6-9). Ele interpreta essa imposição como uma tentativa de fazer da lei um elemento que contribui com a nossa busca por aceitação divina. Para o apóstolo, Deus nos aceita exclusivamente por meio de Cristo, não pelas obras da lei (Gálatas 2:16). Seu ponto crítico é aparentemente muito claro: A lei não pode dar aquilo de que necessitamos desesperadamente, a saber, vida (Gálatas 3:21), a qual só temos acesso mediante Cristo. Se a lei pode dar vida, então a morte de Cristo foi desnecessária.
O apóstolo até argumenta que em lugar de dar vida, a lei nos sentencia à morte! Ele declara: “Por meio da Lei eu morri para a Lei” (Gálatas 2:19). A lei pode apenas pronunciar maldição contra nós porque seres humanos pecadores não conseguem obedecê-la (Gálatas 3:10; Romanos 8:6-8). Cristo dá vida porque tomou sobre Si a maldição da lei, morrendo em nosso lugar, e nos resgatou dessa maldição mortal (Gálatas 3:13): “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20). Quando se trata de nossa justificação, a lei não contribui em nada. Em Cristo a sentença de morte da lei contra mim foi executada, e agora desfruto da vida por intermédio dEle.

2A Lei e a Prisão do Pecado: Usando a ilustração da prisão, Paulo pergunta: “Qual era então o propósito da Lei?” (Gálatas 3:19). Então, declara que ela foi dada a Israel “por causa das transgressões”. Embora a frase possa ser interpretada de várias maneiras, a melhor interpretação nesse contexto é de que a lei revela o pecado; ela nos conscientiza de nosso egoísmo, nossa fragilidade (Romanos 3:20), mas não pode resolver o problema.
Para esclarecer, Paulo declara que segundo as Escrituras, o mundo todo está preso “debaixo do pecado” (Gálatas 3:22), estando sob a custódia da lei (Gálatas 3:23; Romanos 11:23). Ele menciona que estamos sob a maldição da lei até a vinda de Cristo. A raça humana foi aprisionada, esperando pela execução da sentença. O único meio de escape dessa prisão é a fé em Cristo. Ele veio, “nascido debaixo da lei” (Gálatas 4:4), entrou na prisão do pecado para resgatar os que estavam “debaixo da lei”, e fazê-los filhos de Deus (Gálatas 4:4). A maldição da lei torna a salvação em Cristo indispensável.

3A Lei como Tutor: A palavra grega traduzida por “tutor” é “paidagogos” (Gálatas 3:24). Ela era comumente usada para distinguir um escravo ou homem livre, contratado para proteger o filho do mestre contra o mal, para instruí-lo nas questões morais e no uso da linguagem, e para aplicar a disciplina sempre que necessário. Quando a criança atingia a idade adulta, o controle do “paidagogos” terminava. O termo combina a ideia de disciplina estrita, submissão e instrução.
Paulo usa essa ilustração para mostrar que antes da vinda de Cristo não tínhamos liberdade e estávamos, como escravos, submissos a um poder sobre o qual não tínhamos
controle. A lei nos instrui e disciplina, mas não tem poder redentor. Embora a ênfase não esteja na lei como algo que conduz à liderança de Cristo, a ideia não é totalmente ausente. O filho ansiava pela idade adulta para desfrutar de liberdade, e para Paulo nossa infância terminou por ocasião da vinda do Messias. Agora a obediência da lei é uma expressão de amor e gratidão (veja Gálatas 5:6, 13, 14, 19-24; Romanos 8:3, 4). Para aqueles que estão em Cristo a função condenatória da lei terminou.

Fonte: Angel Manuel Rodríguez, Revista “Adventist World” – setembro 2013
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quinta-feira, 26 de março de 2015

O Que é Pecado Involuntário? – Levítico 4:2


Os principais termos bíblicos para “pecado não intencional” no Antigo Testamento são o substantivo shagagah (engano, erro) e o verbo shagag/shagah (errar, enganar ou induzir ao erro). O significado desses termos é, de certo modo, uma questão de debate. Examinaremos o uso tanto do substantivo como do verbo e comentaremos a frase “pecado arrogante”. Isso pode ajudar a esclarecer o significado de pecado involuntário.

1Shagagah: Esse substantivo tem sido traduzido de diferentes formas: “ignorância” (ARA), “inadvertência” (BJ e AA), “sem querer” (NTLH), “sem intenção” (NVI). A tendência é compreendê-lo como expressando a ideia de ignorância ou falta de intenção. Essa interpretação encontra apoio em algumas expressões paralelas usadas juntamente com a palavra. Em alguns casos, dizem que a pessoa não sabia (Levítico 5:17), não tinha conhecimento (Josué 20:3), não tinha consciência do pecado cometido (Levítico 5:2) ou que ele ou ela souberam mais tarde (Levítico 5:3).
Mas o substantivo shagagah é usado no contexto do pecado consciente, quando a pessoa tem consciência de que pecou (Levítico 4:22-23). O elemento da intencionalidade pode estar presente nesse caso em particular, mas não em outros (Números 35:11; Deuteronômio 19:4-5). Isso sugere que esse substantivo designa pecado involuntário ou cometido por ignorar a lei, pecado involuntário ou mesmo inadvertido. Necessariamente, isso não exclui consciência e intenção.

2O verbo Shagag/Shagah: Esse verbo se refere ao pecado inconsciente (Jó 6:24; 19:4; Ezequiel 45:20). Porém, designa mais frequentemente o pecado como um erro que, embora evitável, não foi evitado. Isaías usa esse paralelo com o verbo “cambalear”, descrevendo o cambaleio da pessoa bêbada (Isaías 28:7 NVI). Essa é uma conduta involuntária porque, como resultado do efeito do álcool, a pessoa é incapaz de andar ereta. Em outro caso, pela falta de pastores ou líderes, o rebanho de ovelhas se desvia do caminho e se dispersa (Ezequiel 34:5). Elas não têm autocontrole e orientação. O livro de Provérbios declara que a falta de disciplina faz com que a pessoa cambaleie (Provérbios 5:23; conforme 19:27). Isso também acontece quando uma pessoa é indiferente para com Deus (Salmos 119:67; conforme verso 21).
Esses textos parecem descrever a condição comum do ser humano que só pode ser melhorada mediante autodisciplina. Em certo sentido esse tipo de comportamento é involuntário; por nós mesmo só nos perdemos e fazemos o que é errado. Esse tipo de pecado não é apenas um pecado de ignorância. Saul, após saber que Davi havia poupado sua vida, tentou se reconciliar com ele e confessou: “Pequei […] não tornarei a fazer-te mal; […] tenho procedido como louco e errado [shagah] excessivamente” (1Samuel 26:21 ARA). Ele chamou sua tentativa de matar Davi de erro, embora tenha intencionalmente procurado tirar sua vida. A falta de autocontrole levou Saul a atacar Davi.

3Pecado Arrogante: O pecado “involuntário” é contrastado com o pecado arrogante (Números 15:30-31), representado pela atitude rebelde e desafiadora contra Deus, manifestada pelo total desrespeito por Ele e por Sua vontade. Para esse tipo de pecado não há expiação e a pessoa é desconectada permanentemente do povo de Deus. Ele pode ser intencional ou não, mas o principal significado do verbo é o fato de que a pessoa errou e necessita de expiação.
O pecado “involuntário” parece designar pecados cometidos como resultado de uma natureza humana que é fraca e incapaz de controlar-se. A pessoa não estava rompendo com o Senhor, pois o pecado foi resultado da fragilidade humana. Nessa condição, eles pecaram sem saber, sem querer, sem saber o que estavam fazendo. Talvez possamos nos referir a eles como pecadores involuntários. A falta de autocontrole ou intencionalidade, e até mesmo ignorância, não é desculpa para esse pecado, mas o perdão está sempre disponível para ele (conforme 1João 2:1-2). O Senhor pode nos dar vitória sobre nossa natureza caída: “Eu Te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie [shagah] dos Teus mandamentos” (Salmos 119:10 NIV).
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