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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Sobre o evangelho de Paulo




A palavra no grego para evangelho é εὐαγγέλιον, transliterado é euaggelion, se diz (ev-an-ğe'-liy-on). O significado da palavra é "Boas Novas".

Em Romanos 1:1-3, Paulo se apresenta como servo e apóstolo de Jesus Cristo, separado para o evangelho de Deus, prometido aos profetas nas sagradas escrituras.

Se te perguntassem, que evangelho Paulo pregava? Você provavelmente responderia, o evangelho da Graça, corretamente responderia, eu também concordo com essa resposta ainda mais lendo gálatas e romanos dois dos livros mais estudados deste apóstolo.  Entretanto aqui está uma questão que esta postagem quer tratar, de onde veio o evangelho pregado por Paulo? de quem era esse evangelho?

Paulo começa o livro de Romanos dizendo que o evangelho que ele está pregando era um evangelho anunciado e prometido pelos profetas do antigo testamento e que esse evangelho é de Jesus (Deus=Jesus). Vamos observar, Paulo diz que o evangelho foi anunciado pelos profetas, que profetas? os do velho testamento é claro, e ele também diz que esse evangelho não é dele e sim de Cristo.


Lemos que Deus "preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti serão abençoados todos os povos" (Gál. 3:8). O evangelho pregado nos dias de Paulo era o mesmo ensinado aos israelitas do passado (Ver Heb. 4:2). Moisés escreveu acerca de Cristo e seus escritos contém tanto do evangelho que alguém que não cria no que ele escreveu, não podia crer em Cristo (João 5:46,47). Esse verso de João 5 é revelador, Jesus disse que quem não cria em Moisés não conseguiria crer Nele

O problema é que muitos hoje consideram que o velho testamento foi abolido ou grande parte dele e que o novo testamento é mais importante. Essas opiniões contradizem o que o próprio Jesus disse. A bílbia é uma só VT+NT, não há uma parte menos importante que a outra.

Paulo escrevendo para Timóteo no cap. 3:16 disse: "Toda a Escritura é inspirada por Deus..."  e o que ele tinha em suas mãos? O velho testamento. "DEle todos os profetas dão testemunho de que, por meio de Seu nome, todo o que nEle crê recebe remissão de pecados." (Atos 10:43)

Ai vem a questão, porque muitos acham que a Graça só passou a existir no Novo Testamento? Aqueles que só enxergam a graça no novo testamento ainda não tem a visão de Paulo sobre o assunto e equivocadamente não compreendem realmente o assunto graça. E mesmo assim é o assunto mais usado e defendido por eles. Certamente, as únicas escrituras que Paulo e Jesus tinham era o velho testamento, cabe a nós perceber a graça ali.

Nos argumentos de Paulo sobre a justificação pela fé em Romanos 4, Paulo usa Gênesis 15, ele via a graça em toda a parte nas escrituras. Muitos confundem o seu objetivo nas repreensões que ele faz nos livros de romanos e gálatas sobre justificação pela fé por rejeitarem a bíblia integralmente, de fato nunca houve outra forma de salvação, senão pela graça de Cristo através da fé.

Para finalizar veja o que Lucas diz sobre Paulo em Atos 17:2-3 "Ora, Paulo, segundo o seu costume, foi ter com eles; e por três sábados discutiu com eles as Escrituras expondo e demonstrando que era necessário que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos; este Jesus que eu vos anuncio, dizia ele, é o Cristo."


Jackson Vilela
Sola Scriptura - Lutero
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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O que é a ira de Deus? - Romanos 1:18




Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em justiça”. Romanos 1:18
A ira de Deus é o desprazer divino quanto ao pecado, resultando no abandono do homem ao julgamento da morte (Romanos 6:23 – “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna”, e João 3:36 – “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”). A ira do infinito Deus não deve ser comparada à paixão humana. “Deus é amor” (1João 4:8) e, embora odeie o pecado, Ele ama o pecador. Entretanto, Deus não força Seu amor sobre aqueles que não desejam receber Sua misericórdia. Portanto, a ira de Deus contra o pecado é exercida pela retirada de Sua presença e poder vivificante daqueles que preferem permanecer no pecado, participando desta forma de seus inevitáveis resultados (Gênesis 6:3 – “Então, disse o Senhor: ‘Não contenderá o Meu Espírito para sempre com o homem’”). Isto é ilustrado pela terrível experiência dos judeus após rejeitarem a Cristo uma vez que permaneceram em sua teimosa impenitência e rejeitaram aos últimos oferecimentos de misericórdia. “Afastou Deus então deles a proteção, retirando o poder com que restringia a Satanás e seus anjos, de maneira que a nação ficou sob o controle do chefe que haviam escolhido” (1).
Quando a ira de Deus contra o pecado recaiu sobre Cristo como nosso Substituto, foi a separação de Seu Pai que Lhe causou tão grande angústia. “Para escapar a essa agonia, não deve exercer Seu poder divino. Como homem, cumpre-Lhe sofrer as consequências do pecado do homem. Como homem, deve suportar a ira divina contra a transgressão” (2). Finalmente, sobre a cruz, “a ira de Deus contra o pecado, a terrível manifestação de Seu desagrado por causa da iniquidade, encheram de consternação a alma de Seu Filho… O afastamento do semblante divino, do Salvador, nessa hora de suprema angústia, penetrou-Lhe o coração com uma dor que nunca poderá ser bem compreendida pelo homem” (3).
Portanto, da forma como Paulo explica em Romanos 1:24, 26 e 28 (“Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza , como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém”), Deus manifesta Sua ira permitindo que as consequências inevitáveis da rebelião de homens impenitentes voltem sobre eles próprios. Esta resistência persistente ao amor e misericórdia divinos culmina na final revelação da ira de Deus naquele dia em que o Espírito é retirado definitivamente. Desabrigado da divina graça, o ímpio não tem proteção contra o maligno. “Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda” (4). Então virá fogo do céu enviado por Deus, e pecado e pecadores serão destruídos para sempre (Apocalipse 20:9 – “E subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou”; Malaquias 4:1 – “Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os soberbos e todos os que cometem impiedade serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo”; 2Pedro 3:10 – “Mas o Dia do Senhor virá como ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão”).
Porém, mesmo esta final demonstração da ira de Deus na destruição dos ímpios “não é um ato de poder arbitrário da parte de Deus. Os que Lhe rejeitavam a misericórdia ceifarão aquilo que semearam. Deus é a fonte da vida; e quando alguém escolhe o serviço do pecado, separa-se de Deus, desligando-se assim da vida. Ele está ‘separado da vida de Deus’ (Efésios 4:18). Cristo diz: ‘Todos os que Me aborrecem amam a morte’ (Provérbios 8:36). Deus lhe dá existência por algum tempo, a fim de poderem desenvolver seu caráter e revelar seus princípios. Feito isso, receberão os resultados de sua própria escolha. Por uma vida de rebelião, Satanás e todos quantos a ele se unem colocam-se em tanta desarmonia com Deus, que Sua própria presença lhes é um fogo consumidor. A glória dAquele que é amor os destruirá” (5). “O poder e autoridade do governo divino serão empregados para abater a rebelião; contudo, todas as manifestações de justiça retribuidora serão perfeitamente coerentes com o caráter de Deus, como um ser misericordioso, longânimo e benévolo” (6).
Fonte: Comentário Bíblico Adventista
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quarta-feira, 27 de maio de 2015

A Música Do Evangelho



Fritz Kreisler (1875-1962), violinista internacionalmente famoso, quis certa vez adquirir um violino que sabia ser de excelente qualidade, mas não tinha no momento o dinheiro exigido. Ele voltou mais tarde, mas o violino já havia sido vendido para alguém. Perguntou ao vendedor quem o adquirira. 

Em seguida, foi à procura do comprador, conversou com ele, mas o homem não queria vender o violino recém-adquirido. Então Kreisler, algo desanimado, pediu ao homem que pelo menos o deixasse tocar um pouquinho antes de ir embora. Tomou nas mãos o instrumento, fechou os olhos, e tocou tudo o que sabia. 

Quando acabou, o homem estava tão encantado que disse: “Sr. Kreisler, depois do que acabo de ouvir, eu não tenho o direito de guardar esse instrumento comigo. É seu, leve-o ao mundo inteiro e faça com que as pessoas ouçam o que eu ouvi agora" - Our Daily Bread 4-2-94 (O Pão Nosso de Cada Dia). 

 Nossa missão é tocar para os ouvidos do mundo a música sublime do Evangelho! Recebemos esta sublime mensagem de graça. Vamos não parar de tocar nunca. Vamos tocar, vamos contar o Evangelho, não porque somos mandados, mas, porque podemos porque o Espírito quer e porque Jesus está conosco.

Autor desconhecido.
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terça-feira, 12 de maio de 2015

O principal propósito do estudo da Bíblia não é obter informação, mas conhecer a Jesus


Um grupo de cristãos nas Ilhas dos Mares do Sul desce até a praia cada manhã para olhar para o oriente e ver se Jesus já está voltando. Eles não ouviram dizer que Deus não ressuscitou mais os mortos, como fazia nos tempos bíblicos. Assim, oram e os mortos são ressuscitados.
Um desses cristãos estava tentando obter do chefe da tribo permissão para que sua filha fosse batizada. A filha havia aceitado a Jesus, mas seu pai lhe proibira de unir-se à igreja.
“Se Deus enviar um terremoto amanhã de tarde, às três horas, você permitirá que sua filha seja batizada?” perguntou o cristão ao chefe. / O chefe concordou.
Na tarde seguinte, ás três horas, houve um tremendo terremoto, e o chefe permitiu que a filha se unisse à igreja.
Este obreiro cristão foi entrevistado por alguém aqui nos Estados Unidos, e o entrevistador perguntou-lhe: ”Por que um terremoto? Não poderia ter pedido algo menos espetacular?” / E o cristão das ilhas do Pacifico Sul respondeu: ”Bem, Deus não pode fazer qualquer coisa? Por que não pedir-Lhe alguma coisa grande?”
Achamos engraçada a fé simples desses “selvagens”. Rimo-nos da fé de uma criancinha. Mas também os invejamos. Com toda sofisticação de nosso conhecimento sobre Deus, às vezes confiamos bem menos nEle.
Não estou dizendo que a informação não seja importante. Deus nos tem propiciado muita informação sobre Si próprio. Ele deseja uma fé inteligente. Mas a informação não é suficiente.
O Desejado de Todas as Nações, pág. 455 faz o seguinte comentário: “A percepção e apreço da verdade, disse Ele, depende menos da mente, que do coração. A verdade deve ser recebida na alma; exige a homenagem da vontade. Se a verdade pudesse ser submetida unicamente à razão, o orgulho não serviria de obstáculo à recepção da mesma.”
O diabo tem mais informação sobre Deus do que qualquer um de nós. Contudo, essa informação não foi suficiente para impedi-lo de começar toda a confusão no princípio. Não é suficiente para transformar sua vida hoje. Ele preferiu rebelar-se à plena luz da glória de Deus, com completa informação sobre Deus e Seu caráter. E todas as informações de que era possuidor não foram suficientes para impedir-lhe a queda.
As informações são importantes para a comunicação. Mas não são substitutos para a comunicação.
Às vezes, duas pessoas de culturas diferentes se encontram. Isso se dá freqüentemente durante o tempo de guerra, quando os soldados estão no além-mar. Ocorre com estudantes de países estrangeiros e estudantes missionários. Um moço e uma moça sentem atração um pelo outro e começam um relacionamento. Mas não podem conversar entre si.
Sorriem bastante, andam de mãos dadas e se beijam, e concluem que por ser agradável passar tempo juntos, estão se comunicando. Ele acha que ela é exatamente aquela que estava procurando. Ela julga que ele é a materialização de seus sonhos.
Mas, às vezes, após terem estado juntos por algum tempo, talvez mesmo após se terem casado, descobrem que não têm nada em comum, exceto o sorrir e segurar as mãos e beijar! Suas origens são diferentes, seus gostos divergem, suas idéias sobre o papel de marido e mulher são desiguais, e seus alvos para a vida destoam. E começam os problemas.
A informação e a comunicação precisam andar juntas. Uma das primeiras coisas que acontece quando missionários trazem algum pagão das trevas da idolatria para Cristo é que começam a ensinar-lhes sobre Cristo. Todos, provavelmente, já lemos relatos de pessoas às quais o Espírito Santo trouxe a uma aceitação de Deus antes que o missionário humano as tivesse alcançado. Mas a primeira coisa que geralmente ocorre é que a pessoa é dirigida para a igreja, para a Palavra de Deus, a fim de obter informação sobre Deus, que manterá viva sua fé.
Por outro lado, nos chamados países cultos, a informação sobre Deus tem saturado nossa consciência desde a meninice. Mas temos pequena compreensão sobre comunicação. Podemos falar até a meia-noite sobre detalhes intelectuais e falar sobre Deus cada semana na Escola Sabatina; contudo, nunca tomar tempo para falar com Deus e comunicarmo-nos com Ele pessoalmente.
A Bíblia propicia informação como um trampolim para a comunicação. S. João 17:3 declara: “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti.” Conhecer sobre Deus somente terá valor se conduzir ao conhecimento dEle. É o conhecimento dEle que traz vida.
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Os críticos e a integridade dos profetas


Os registros da História Sagrada revelam que, em muitas ocasiões e circunstâncias, a integridade dos profetas foi posta à prova e investigada por inúmeras pessoas imbuídas do propósito de criticar, censurar e condenar o exercício desse ofício sagrado. Dentre os muitos exemplos de profetas bíblicos que foram alvo de críticas, destacamos os seguintes:
JESUS — “Responderam-Lhe os judeus: Não é por obra boa que Te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo Tu homem, Te fazes Deus a Ti mesmo” (Jo 10:33).
“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-Lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era Seu próprio Pai, fazendo-Se igual a Deus” (Jo 5:18).
“Muitos deles diziam: Ele tem demônio e enlouqueceu; por que O ouvis?” (Jo 10:20).
“Então, os judeus se maravilhavam e diziam: Como sabe este letras, sem ter estudado?” (Jo 7:15).
Moisés — “E se ajuntaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Basta! Pois que toda a congregação é santa, cada um deles é santo, e o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos exaltais sobre a congregação do Senhor?” (Nm 16:3).
Sou um homem mudado. Nunca mais serei o mesmo. – Vincent Ramik
Jeremias - “Então, falou Azarias, filho de Hosaías, e Joana, filho de Careá, e todos os homens soberbos, dizendo a Jeremias: É mentira isso que dizes; o Senhor, nosso Deus, não te enviou a dizer: Não entreis no Egito, para morar. Baruque, filho de Nerias, é que te incita contra nós, para nos entregar nas mãos dos caldeus, afim de nos matarem ou nos exilarem na Babilônia” (Jr 43:2, 3).
Paulo — “Dizendo ele estas coisas em sua defesa, Festo o interrompeu em alta voz: Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar!” (At 26:24).
“Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (At 17:6).
“Estais vendo e ouvindo que não só em Éfeso, mas em quase toda a Ásia, este Paulo tem persuadido e desencaminha do muita gente, afirmando não serem deuses os que são feitos por mãos humanas. Não somente há o perigo de a nossa profissão cair em descrédito, como também o de o próprio templo da grande deusa, Diana, ser estimado em nada, e ser mesmo destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo adoram” (At 19:26, 27).
Todos os exemplos citados acima revelam, de modo convincente que, nas mais variadas épocas, os profetas bíblicos (canónicos) tiveram que aprender a conviver com as adversidades do espírito crítico. Sua integridade foi constantemente provada em diferentes circunstâncias e experiências. E quanto aos profetas modernos? Ellen G. White, por exemplo? Foi ela alvo de críticas por parte de seus adversários? Foi sua integridade pessoal, bem como a integridade de seus escritos, provada durante os setenta anos de seu ofício profético?
Atualmente, alguns críticos dentro e fora da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) escrevem livros, artigos e matérias na internet com o propósito de questionar o ministério profético de Ellen G. White. De acordo com o Dr. Jemison1, as críticas mais comuns dizem respeito às seguintes questões: (a) desordem nervosa; (b) falsos ensinos; (c) plágio; (d) profecias não cumpridas e (e) aspectos da vida pessoal.
Razões para críticas – Quando analisamos mais detidamente o assunto, verificamos que as mesmas críticas dirigidas aos profetas bíblicos foram direcionadas a Ellen G. White, o que revela um paralelismo entre ambas as realidades, em circunstâncias e épocas completamente diferentes. Muitas críticas dirigidas a ela se manifestam numa cadência cíclica. As acusações levantadas, hoje, não são novas. De fato, tiveram início no começo do ministério dela e continuaram ao longo de sua vida. E muitas delas persistem mesmo após sua morte.
Quando uma nova geração entra em cena, os críticos suscitam temas antigos – algumas vezes com novas roupagens. Essas gerações, inconscientes de que se trata de “temas antigos” e de que já foram completamente respondidos no passado, muitas vezes se assustam e se julgam enganados. Alguns vão mais longe: ao negar sua crença em Ellen White como profetisa genuína, acabam por abandonar a igreja.
De acordo com o Dr. Herbert E. Douglass2, há pelo menos sete motivos tidos como principais agentes causadores das críticas e acusações à vida e obra de Ellen G. White: 1) os que rejeitam qualquer pessoa que afirme ser um profeta moderno, inclusive Ellen G. White; 2) os que deixam de utilizar as regras de interpretação básicas e comumente aceitas; 3) os que confiam em rumores e boatos sem nenhuma evidência documental para suas alegações; 4) os que veem mudanças editoriais nos escritos de um profeta e as chamam de “supressões”; 5) os que ficam perturbados com a aparente dependência literária; 6) os que carregam consigo pressuposições pessoais sobre a maneira de um profeta atuar [acreditam, por exemplo, que os profetas "devem ter conhecimento completo" desde o início de seu ministério; suas predições devem ser inalteráveis; seus escritos precisam estar isentos de erros, discrepâncias e equívocos, e jamais incluir fontes não inspiradas; para eles, os profetas nunca expressam opiniões meramente pessoais em seus escritos]; 7) os que aceitam Ellen White como escritora devocional inspirada, mas rejeitam seu ministério teológico.
Os mais acirrados críticos de Ellen G. White se apegam normalmente a um ou dois itens dessa lista. Na visão do Dr. Coon3, “de todos os assuntos considerados problemas”, talvez dois deles tenham causado mais impacto para destruir a confiança na credibilidade de Ellen G. White como profetisa do Senhor: 1) questionamento de afirmações de natureza científica, que motivaram sarcasmo e dúvidas por parecerem contrárias à forma em que a ciência vê esses assuntos hoje e 2) alegação de “plágio”.
Portanto, pode-se notar que grande parte das críticas direcionadas a Ellen G. White tem sua raiz ligada à questão da dependência literária, ou seja, plágio. De acordo com o dicionário4, a palavraplágio indica uma “cópia fraudulenta do trabalho de outrem que um autor apresenta como sua“.
Nesse ponto, é de vital importância diferenciar tecnicamente dois termos: plágio empréstimo literário. É necessário fazer distinção entre plágio (que Ellen G. White não cometeu) e “empréstimos literários” (prática adotada por ela e usada repetidamente pelos escritores da Bíblia). A seguir, apresentamos uma breve distinção entre esses termos.
Plágio - Na concepção do Dr. Roger Coon5, há plágio quando um escritor toma propositalmente o material literário de outro escritor e o transforma para seu próprio uso (tipo de “apropriação” literária). Tal atitude visa a persuadir o leitor de que ele – o “copiador” – é na verdade o criador original dessas palavras e ideias. Em suma, plágio é uma literatura mascarada no que diz respeito à identificação do verdadeiro autor.
Empréstimo literário – É caracterizado o empréstimo literário quando um escritor utiliza e emprega as ideias (às vezes, até a fraseologia) de outro escritor para reforçar determinado aspecto, a fim de salientar uma ideia em seu texto. Sendo assim, de acordo com as leis literárias, a prática do empréstimo literário não constitui plágio.
Muitos insinuam que grandes porções dos escritos de Ellen G. White são produto da mente e literatura de outras pessoas. Partindo dessa premissa, perguntamos: Tal acusação tem fundamento? A seguir, apresentaremos alguns argumentos que refutam essas insinuações. Em 1981, a Igreja Adventista do Sétimo Dia se posicionou favoravelmente a uma análise técnica, após sucessivas acusações quanto à prática de plágio nos escritos de Ellen G. White.
Então, a Associação Geral contratou os serviços de um advogado especialista em leis de direitos autorais, Dr. Vincent Ramik, a fim de saber se Ellen G. White era ou não culpada de tais denúncias. Primeiramente, Ramik foi informado de todas as acusações contra Ellen G. White e foram-lhe passados todos os documentos de defesa preparados pela Igreja, bem como os livros de Ellen G. White que eram objeto de acusações de plágio. Em sua primeira leitura, Ramik ficou inicialmente inclinado em favor da posição dos críticos. Mas, depois de investir cerca de trezentas horas no estudo de mais de mil casos de lei literária norteamericana (1790-1915), Coon descreveu o processo de análise do Dr. Ramik6 da seguinte maneira: (a) Ele também dedicou tempo considerável à leitura dos livros de Ellen White, especialmente O Grande Conflito; (b) apesar de Ramik ser um católico romano por persuasão religiosa, não se sentiu ofendido nem afrontado pelas referências no Grande Conflito em relação à instituição do papado.
O Dr. Ramik obteve os resultados de suas análises após algumas semanas de intenso trabalho e estudo. Então, ele preparou um documento com cerca de 50 páginas. Eis uma síntese de suas conclusões:
a) Ellen White não pode ser acusada de plagiadora; “tal afirmação não procede”.
b) Creio que os críticos perderam uma grande oportunidade de focalizar sua atenção nas mensagens de Ellen G. White, em vez de focar apenas nos seus escritos.
c) Ellen White usou escritos de outros autores, mas a maneira em que ela os utilizou foi única e pessoal, de forma ética e legal. Portanto, ela está dentro dos padrões legais “do uso correto” de materiais de outros autores.
d) Ellen White [usou]… palavras, frases, sentenças, parágrafos, sim, e mesmo páginas dos escritos de outros autores. Porém, ela permaneceu dentro dos parâmetros legais e em todo o tempo ela criava algo que era substancialmente maior (e ainda mais belo) do que a soma das partes dos conteúdos de seu empréstimo literário. E penso que a tragédia maior é que os críticos deixaram de ver esse detalhe.
e) No fim do processo, o advogado deu seu testemunho pessoal sem que tenha sido solicitado a fazê-lo: “Sou um homem mudado. Nunca mais serei o mesmo.” – Vincent Ramik*.
Além do estudo conduzido por Ramik, destacamos a pesquisa feita pelo Patrimônio Literário Ellen G. White, que se tornou conhecida como “Projeto Surpresa7. No mesmo ano de 1981, Tim Poirier, arquivista do Patrimônio White, recebeu uma coleção completa de todos os escritos de Ellen White publicados em inglês. Ao recebê-los, foi-lhe solicitado que: (a) Tomasse nota, nas margens, de todas as referências aos conteúdos de autores citados por Ellen White, trechos evidentes ou paráfrases; e (b) reunisse todas as descobertas dos críticos de Ellen G. White (plágio), para ser avaliadas. O objetivo dessa tarefa era descobrir paralelos literários entre os escritos dela e os de outros autores. O “Projeto Surpresa”, concluído em cinco anos, foi designado dessa maneira porque não importava o quanto fosse encontrado. Se Ellen White tivesse tomado emprestado, muito ou pouco, isso, sem sombra de dúvidas, seria uma “surpresa” para alguns da igreja. Em 1986, Poirier apresentou o relatório de sua pesquisa, cuja síntese revelou o seguinte:
  • A maior porcentagem de empréstimos literários foi encontrada no livro O Grande Conflito – 20,16%.
  • No livro Sketches From de Life of Paul (Relatos da Vida de Paulo) – 12,23%.
  • No restante dos livros incluídos nesse estudo, foram encontrados 2% ou menos, do total de empréstimos literários. (Ver box abaixo.)

Possíveis razões para o uso de “empréstimo literário”

1. Para ajudá-la a expressar melhor as ideias e verdades reveladas em visões – (a) Educação formal limitada [conforme declarações do filho William C. White]; (b) Quantidade limitada de tempo disponível para escrever a visão total de seu ministério.
2. Suplementar detalhes não dados a ela em visão – (a) Ela se o brigava a fazer pesquisas após as visões para a primorar o texto. Ex.: Detalhes históricos, geográficos, cronológicos, etc. (b) Ela usou materiais históricos para ilustrar e não para provar (intenção).
3. Embelezar os elementos literários com bonitas pérolas de pensamento – (a) Razões estéticas: beleza pelo seu próprio objetivo; (b) Razões de respeito: para honrar a Deus; (c) Razões psicológicas: como dispositivo pedagógico para impressionar a memória.
4. Explicar as posições doutrinárias da IASD para nosso povo – (a) Relatos da situação das Conferências Sabáticas de 1848-50 foram entendidos em consenso, (b) Todos contribuíram e se sentiram livres para usá-los posteriormente.
5. Possível exercício do subconsciente de eventual memória fotográfica de Ellen White – (a) Durante a semana, ela lia artigos de vários autores; (b) No sábado, falando de modo improvisado, sem anotações, ela refletia algumas das verdades expressas por outros autores não inspirados
As conclusões de Poirier lançaram por terra as declarações públicas de um dos maiores críticos de Ellen G. White quanto à questão de plágio, Dr. Walter Rea, autor do livro The White Lie. Nessa obra, ele afirma que ela havia usado cerca de 80 a 90% de empréstimos literários.
Conclusão – Na visão do Dr. Pfandl9, “Ellen White lia muito. Além disso, tinha memória retentiva [fotográfica], o que significa que frequentemente ela usava conteúdos de materiais que tinha lido sem se reportar a sua biblioteca para encontrar a fonte exata de onde ela havia retirado tal empréstimo literário”. Ainda assim, Deus lhe revelara “que ao ler os livros e periódicos religiosos, ela encontraria gemas preciosas de verdades expressas numa linguagem aceitável e que ela receberia auxílio celestial para reconhecê-los e separá-los dos resíduos de erros que por vezes pudesse encontrar”.10
Ao enfatizar a importância do uso de ideias de outros pensadores no livro O Desejado de Todas as Nações,11 ela afirmou: “O mundo tem tido seus grandes ensinadores, homens de cérebro gigantesco e dotados de admirável capacidade de investigação; homens cujas declarações têm estimulado o pensamento e aberto à visão vastos campos de conhecimento; e esses homens têm sido honrados como guias e benfeitores de sua raça. Alguém existe, porém, que os supera a todos. A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus. “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigénito, que está no seio do Pai, é quem O revelou” (Jo 1:12 e 18). Podemos seguir os passos dos grandes homens do mundo até onde se estende o registro da história humana; a Luz, porém, existia antes deles. Como a Lua e as estrelas de nosso sistema solar brilham pelo reflexo da luz do Sol, assim, no que há de verdadeiro em seus ensinos, refletem os grandes pensadores do mundo os raios do Sol da Justiça. Toda jóia de pensamento, todo lampejo de intelecto, provém da luz do mundo.”
Em vez de tentar esconder as fontes literárias de onde efetuava seus empréstimos, Ellen G. White muitas vezes recomendava que as pessoas lessem os livros que ela utilizava para compor o conteúdo de seus escritos. Dessa forma, podemos inferir que sua obra como autora estava em comum acordo com os costumes de sua época. Como vimos, ela não quebrou nenhuma das regras de direitos autorais e sua conduta como autora foi moralmente correta e ética.
Podemos afirmar que, durante os setenta anos de ofício profético, Ellen G. White jamais teve a intenção de enganar ninguém ao fazer emprétimos literários. Isso não afeta sua integridade nem põe em descrédito a genuína inspiração que a capacitou a ser considerada a Mensageira do Senhor. Podemos ressaltar que seu propósito foi sempre comunicar a Verdade a fim de exaltar e glorificar a Deus e conduzir leitores aos pés de Jesus Cristo.
RENATO STENCEL é diretor do Centro – White/Brasil, em Engenheiro Coelho, SP
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