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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Sobre o evangelho de Paulo




A palavra no grego para evangelho é εὐαγγέλιον, transliterado é euaggelion, se diz (ev-an-ğe'-liy-on). O significado da palavra é "Boas Novas".

Em Romanos 1:1-3, Paulo se apresenta como servo e apóstolo de Jesus Cristo, separado para o evangelho de Deus, prometido aos profetas nas sagradas escrituras.

Se te perguntassem, que evangelho Paulo pregava? Você provavelmente responderia, o evangelho da Graça, corretamente responderia, eu também concordo com essa resposta ainda mais lendo gálatas e romanos dois dos livros mais estudados deste apóstolo.  Entretanto aqui está uma questão que esta postagem quer tratar, de onde veio o evangelho pregado por Paulo? de quem era esse evangelho?

Paulo começa o livro de Romanos dizendo que o evangelho que ele está pregando era um evangelho anunciado e prometido pelos profetas do antigo testamento e que esse evangelho é de Jesus (Deus=Jesus). Vamos observar, Paulo diz que o evangelho foi anunciado pelos profetas, que profetas? os do velho testamento é claro, e ele também diz que esse evangelho não é dele e sim de Cristo.


Lemos que Deus "preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti serão abençoados todos os povos" (Gál. 3:8). O evangelho pregado nos dias de Paulo era o mesmo ensinado aos israelitas do passado (Ver Heb. 4:2). Moisés escreveu acerca de Cristo e seus escritos contém tanto do evangelho que alguém que não cria no que ele escreveu, não podia crer em Cristo (João 5:46,47). Esse verso de João 5 é revelador, Jesus disse que quem não cria em Moisés não conseguiria crer Nele

O problema é que muitos hoje consideram que o velho testamento foi abolido ou grande parte dele e que o novo testamento é mais importante. Essas opiniões contradizem o que o próprio Jesus disse. A bílbia é uma só VT+NT, não há uma parte menos importante que a outra.

Paulo escrevendo para Timóteo no cap. 3:16 disse: "Toda a Escritura é inspirada por Deus..."  e o que ele tinha em suas mãos? O velho testamento. "DEle todos os profetas dão testemunho de que, por meio de Seu nome, todo o que nEle crê recebe remissão de pecados." (Atos 10:43)

Ai vem a questão, porque muitos acham que a Graça só passou a existir no Novo Testamento? Aqueles que só enxergam a graça no novo testamento ainda não tem a visão de Paulo sobre o assunto e equivocadamente não compreendem realmente o assunto graça. E mesmo assim é o assunto mais usado e defendido por eles. Certamente, as únicas escrituras que Paulo e Jesus tinham era o velho testamento, cabe a nós perceber a graça ali.

Nos argumentos de Paulo sobre a justificação pela fé em Romanos 4, Paulo usa Gênesis 15, ele via a graça em toda a parte nas escrituras. Muitos confundem o seu objetivo nas repreensões que ele faz nos livros de romanos e gálatas sobre justificação pela fé por rejeitarem a bíblia integralmente, de fato nunca houve outra forma de salvação, senão pela graça de Cristo através da fé.

Para finalizar veja o que Lucas diz sobre Paulo em Atos 17:2-3 "Ora, Paulo, segundo o seu costume, foi ter com eles; e por três sábados discutiu com eles as Escrituras expondo e demonstrando que era necessário que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos; este Jesus que eu vos anuncio, dizia ele, é o Cristo."


Jackson Vilela
Sola Scriptura - Lutero
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Operando Sua Própria Salvação – Como Tornar Real o Cristianismo


No final de uma tarde um missionário cristão e um bonzo (monge budista) estavam viajando nas frias montanhas do Tibete. Sabendo que ninguém podia sobreviver na trilha depois do escurecer, ambos os viajores estavam ansiosos por chegar ao mosteiro localizado alguma distância adiante. Eles se apressaram o máximo possível contra o sol, mas pouco antes do anoitecer, ouviram gemidos vindos debaixo da trilha íngreme.
Eles olharam sobre a beira da estrada e ali viram um homem que havia caído sobre algumas rochas abaixo. Ele não podia se mover por causa dos ferimentos, e era óbvio que se achava em grande dificuldade.
O bonzo olhou pensativamente para o homem ferido e disse: “Em minha religião, chamamos a isto de carma. Isto significa que este homem foi ferido como resultado de uma causa. Evidentemente, sua sina é morrer aqui, mas o meu destino está ainda adiante de mim. Devo apressar-me para o mosteiro antes que anoiteça”.
O missionário cristão respondeu: “Esta alma pobre e desamparada é meu irmão. Não posso deixar que ele morra aqui. Devo descer e tentar ajudá-lo, não obstante o que possa me acontecer”.
Enquanto o bonzo apressava o passo em direção do mosteiro, o missionário descia o escarpado penhasco. Chegando finalmente ao local onde o homem ferido jazia moribundo, ele tirou suas vestes exteriores e as enrolou em torno do homem, ergueu-o aos seus ombros e com grande esforço tornou a alcançar finalmente o trilho.
Escurecia no momento em que ele chegou dentro dos limites das luzes do mosteiro, mas enquanto se apressava em direção desse lugar de refúgio, ele tropeçou sobre alguma coisa na trilha. Olhando para baixo, percebeu o corpo sem vida do bonzo que, na escuridão e no frio, já havia caído na trilha.
Ora, a história parece melodramática, e hesito em contá-la por este motivo. Talvez seja apenas uma parábola, mas demonstra a premissa de que ao tentarmos salvar alguém, nos salvamos a nós mesmos.
Filipenses 2:12 nos diz que devemos operar a nossa própria salvação, e este texto tem sido frequentemente malcompreendido e mal-aplicado, degenerando assim o cristianismo em um sistema de obras. Contudo, Jesus nos diz que algumas obras estão envolvidas no plano da salvação: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de Mim e do evangelho, salvá-la-á” (Marcos 8:34 e 35).
A fim de termos uma experiência viva com Cristo, precisamos fazer duas coisas. Primeira: devemos ir à cruz diariamente com Jesus a fim de renunciar a nós mesmos e permitir que Ele assuma o controle. Isto envolve uma vida devocional diária, em que tomamos tempo significativo a sós, no início de cada dia, para buscarmos um relacionamento pessoal com Jesus através da Sua Palavra e da oração. E se buscarmos a Deus de todo o coração, O acharemos (Jeremias 29:13).
A outra coisa de que necessitamos a fim de continuarmos a crescer nesse relacionamento é outra forma de comunhão: envolvimento no evangelho por meio do testemunho e do serviço cristão. E se Filipenses 2:12 for aplicado ao serviço cristão, é fácil ver onde entra o “temor e tremor”! Mas lembre-se de que Deus opera em nós “tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade”.
Ora, aquele que procura familiarizar-se com Deus saindo e trabalhando por outros, salvará sua própria vida no processo. Com frequência, porém, nos temos deparado com muita confusão e mal-entendido quanto ao propósito e motivação do testemunho cristão. A igreja sempre reconheceu a importância do mesmo, mas geralmente confiamos em abordagens de feitura humana para produzir os resultados desejados. Tem havido toda sorte de substitutos para a genuína motivação no testemunho.
Um método que empregamos com frequência é a competição, lançando um grupo contra o outro. Recorremos a truques mecânicos –”incentivos iniciais”, tais como alvos, gráficos e outros esquemas que se destinam a infundir em nós um senso de necessidade. E então distribuímos nossos botões, alfinetes e certificados, com todos os tipos de recompensas e reconhecimento a fim de mantermos todos trabalhando.
Ouvi acerca de um material à disposição das igrejas. Era uma prancha com duas séries de luzes, uma série de cada lado. No centro podia ser pintado o nome da classe da escola bíblica dos adultos. Se os membros da classe estudassem a Bíblia diariamente, poderiam acender a lâmpada elétrica de um lado. Se alcançassem o alvo da oferta missionária naquela semana, poderiam acender a lâmpada do outro lado. Se fossem afortunados o suficiente para alcançar ambos os alvos na mesma semana, poderiam colocar alguma folha de estanho atrás das lâmpadas para torná-las mais brilhantes.
Numa semana todos os membros da classe tinham alcançado os alvos, exceto um que estivera ausente. Os outros membros ficaram muito desapontados com aquele que havia falhado. Na semana seguinte ele deixou de estudar a lição por um dia, de sorte que outra vez eles não puderam acender suas luzes. A resultante reprovação do resto da classe quase o expulsou da igreja.
Infelizmente, tais incidentes são muito predominantes. Outros me falaram de experiências semelhantes com variações deste esquema. Ouvi de outro lugar onde as luzes eram acesas no início, e eram apagadas se os alvos não tivessem sido alcançados!
Quando temos de recorrer a estes métodos programados para levar as pessoas a ler a Bíblia, dar para as Missões, ou partilhar sua fé, estamos realmente apregoando aos outros a completa realidade de que algo está faltando em nossa própria experiência cristã. Estamos anunciando o fato de que não conhecemos a Jesus como o fundamento do nosso cristianismo e da nossa salvação. Se realmente O conhecêssemos como um Amigo pessoal, não precisaríamos ser forçados a estudar e a testemunhar.
Outro motivo usado para levar os outros a trabalhar é o pensamento de futuras recompensas. Indagamos se temos feito o suficiente para ganhar estrelas em nossa coroa. Consciente ou inconscientemente, prestamos muita atenção ao montante feito, não perdendo de vista os “créditos” que esperamos receber por nosso trabalho. É interessante notar que Israel caiu nessa mesma armadilha. Oseias descreve a nação como uma “vide frondosa” que “dá fruto para si mesmo” (Oseias 10:1). Que tragédia quando o ego é o motivo primário para o trabalho que fazemos!
Em 1904 estas palavras de inspiração foram escritas por uma obreira cristã: “O Senhor é bom. E misericordioso, e terno de coração. Conhece a cada um de Seus filhos. Sabe exatamente o que cada um de nós está fazendo. Sabe o justo mérito de cada um. Não quereis pôr à margem vossa lista de méritos, vossa lista de condenações, deixando que Deus faça Sua própria obra? Haveis de receber vossa coroa de glória se atentardes para a obra que Deus vos confiou” (Serviço Cristão, pág. 368).
“Bem”, alguém perguntará, “então qual é a nossa obra?” Em anos recentes os teólogos têm discutido sobre o que constitui o conhecimento salvador. Um grupo afirma que todos os que são finalmente salvos no reino de Deus devem ter tido “revelação especial” por” terem ouvido a história específica do evangelho. Sem isto, eles não podem ser salvos, e se estão perdidos, somos responsáveis. O outro grupo sustenta que a “revelação geral” é suficiente. As pessoas serão salvas pelo que fizeram com a luz, não importa quão pequena tenha sido esta luz. Elas podem ser salvas mesmo que nunca tenham ouvido a história do evangelho. Nenhuma destas opiniões está livre de problemas.
Se cada um vai ser salvo ou perdido de acordo com sua aceitação ou rejeição da luz que recebeu, então por que deve afinal o cristão testemunhar? Isto abre o caminho para uma grande falta de esforço, uma religião passiva, tipo “cadeira de balanço”, em que podemos assentar-nos confortavelmente em casa e ocupar nossa mente com os grandes problemas teológicos e filosóficos.
Por outro lado, aqueles que creem na “revelação especial” têm o problema de adaptar-se à explosão populacional. Conquanto tenhamos feito grande progresso nas missões mundiais, a população do mundo está crescendo mais rápido do que nossa capacidade de propagar o evangelho. E os adeptos da “revelação especial” têm recorrido aos apelos de “ajudar aos outros lá fora”. Temos obrigação de ir aos vizinhos e aos campos missionários por causa da sua necessidade.
Geralmente o nosso motivo primordial para dar, ensinar e partilhar provém de um senso de obrigação. Alguém que dispõe de grandes talentos de oratória e persuasão tem conseguido levar-nos ao sentimento de culpa por não fazermos mais. Ele nos diz que cada ano, enquanto estamos assentados ali nos bancos da igreja sem fazer nada, milhões de almas humanas estão perdidas para a eternidade por não terem ouvido o evangelho. Assim, nesta tarde sairemos, apavorados. Começaremos tocando as campainhas, esperando que ninguém atenda. Já aconteceu isto a você?
No primeiro ano do meu ministério, eu pensava que as pessoas seriam eternamente salvas ou perdidas por causa do que eu fiz ou deixei de fazer. Eu saía e dava estudos bíblicos. Praticamente toda vizinhança frequentava. Mas uma noite meu senso de oportunidade estava ausente e eu trouxe à baila um ponto doutrinário controverso antes que eles estivessem prontos para isto. Na semana seguinte alguns deles telefonaram e disseram: “Vamos ter visitas; não podemos reunir-nos esta semana”. Na outra semana eles telefonaram e disseram: “Estaremos ausentes; teremos de sair da cidade”. E na semana seguinte eles disseram: “Bem, suspendamos totalmente os estudos”.
Minha reação foi: “Oh, não, haverá uma casa cheia de pessoas que irão se perder por causa dos meus erros”. E eu fiquei a noite acordado, olhando para o teto e me preocupando com todas aquelas pessoas. A única saída pela qual pude encontrar paz foi concluir: “Doravante, darei mais dinheiro ao evangelismo do rádio e da televisão; vou deixar que os especialistas deem meu testemunho por mim”.
Alguém surgiu com outra ideia que parecia resolver o meu problema: “Eu preferiria ver um sermão a ouvi-lo. Se você apenas levar um bom pão para seu vizinho, isto será suficiente. O cristão tem apenas de ser agradável, bom e amável. Partilhar sua fé torna-se secundário em comparação com a maneira como você trata os outros”.
Uma noite ouvi um grupo de médicos discutindo este conceito de “testemunho convincente, silencioso”. Tudo o que você precisa fazer é praticar uma medicina boa e limpa e coser um bom ponto na incisão. O meio de testemunhar para Cristo é ser um especialista em sua profissão. Enquanto eles continuavam a debater este assunto, comentou um médico: “Quão longe teria ido o evangelho nos dias do apóstolo Paulo se o seu único testemunho fosse coser um bom ponto em suas tendas?”
Por outro lado, qual deve ser o nosso verdadeiro motivo para testemunhar? Há duas medidas exatas do nosso relacionamento pessoal com Deus. Primeira, quem possui nossos pensamentos? Durante a rotina terrena do viver diário, quão frequentemente nossos pensamentos se voltam para Cristo sem um estímulo externo? A outra indicação da nossa intimidade com Deus é sobre quem gostamos muito de conversar. Amamos contar aos nossos amigos acerca de Jesus e Seu amor por nós?
Uma tarde, após o culto, reuni-me com um grupo para discutir o papel do testemunho cristão em nossa vida. Ao partilharmos nossas experiências, alguém disse:
– Saibam vocês, nesta semana Deus nos proveu uma oportunidade de partilhar nossa fé. Pareceu providencial que alguém ficasse sem gasolina diante do nosso sítio. E assim, antes de ajudá-lo a fazer o seu carro voltar a correr, o fizemos prometer que viria hoje à igreja.
– Oh, ele veio?
– Não, ele não estava aqui. Não podemos compreender o por quê.
Se soubéssemos o que significa um relacionamento pessoal com Deus, não precisaríamos ter de buscar promessas para frequência à igreja. Se estudássemos o intento original do testemunho cristão, teríamos de desfazer-nos de muitos dos truques que temos utilizado. Nossos métodos sintéticos têm indicado uma falta de experiência íntima com Cristo. Se realmente O conhecêssemos, teríamos sempre algo a partilhar concernente ao que Ele significa para nós, ao que Ele tem feito e está fazendo hoje por nós. Testemunharíamos, não porque alguém nos esteja forçando a isto, mas porque não poderíamos calar-nos a respeito de conhecer Sua presença e bondade em nossa vida. Então o nosso motivo em fazer mais para Deus seria o resultado da nossa experiência interior com Ele, ao invés de compulsão exterior vinda de outros.
A Bíblia nos apresenta exemplos do genuíno e espontâneo estender da mão aos outros. Havia um homem coxo que veio a Jerusalém à procura do grande Restaurador chamado Jesus. Mas ao chegar no final de uma tarde de sexta-feira, ouviu acerca de uma crucifixão ali num monte chamado Gólgota. As semanas se passaram, e as pessoas que o haviam trazido a Jerusalém voltaram para casa. Ali ele se assentou em desespero nas escadarias do Templo, pedindo esmolas para comer. Dois homens que tinham testemunhado a ascensão do seu Senhor ao Céu passavam por ali – Pedro e João. E eles disseram: “Não possuímos prata nem ouro; mas o que temos, isto te damos. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”. E o homem saltou sobre seus pés. Mas isto não foi tudo – ele subiu correndo os degraus para o pátio do Templo e ali as autoridades finalmente o descobriram, pulando, saltando e louvando em alta voz. Louvando a Deus pelo que lhe tinha acontecido.
Se algo me aconteceu em relação ao meu Senhor, não posso guardar silêncio. Não preciso de alguém para me forçar a sair e testemunhar. Não preciso que alguém use manipulações psicológicas a fim de motivar-me.
Os leprosos e os cegos iam a Jesus em busca de auxílio, e Ele os curava. Em seguida Ele dizia: “Não contem a ninguém o que aconteceu”. Mas isto não os detinha. Pelo contrário, eles corriam e gritavam e cantavam os louvores dAquele com quem tinham se encontrado. Eu gostaria de pensar que Jesus estava meramente lhes mostrando a impossibilidade de guardar silêncio. Esta é toda a essência do testemunho cristão. Se eu realmente conheço a Jesus Cristo como meu Amigo pessoal, se eu sei o que significa ter comunhão significativa diária com Ele, não posso ficar em silêncio!
Quando comecei no ministério, eu pensava tudo ao contrário. Eu pensava que se pudesse ter sucesso em levar os membros da igreja a se envolverem no trabalho missionário, eles seriam levados a uma experiência com Cristo. De sorte que eu procurava algumas personalidades dinâmicas para levar todos a se entusiasmarem com o testemunho. Mas o resultado era que muito poucos eram levados a uma experiência com Cristo, ao passo que a maioria acabava desanimada e frustrada.
Em outra igreja, resolvi tentar uma abordagem diferente. Desta vez minha premissa era que ninguém poderia possivelmente ser uma testemunha bem-sucedida para Cristo a menos que tivesse algum tipo de experiência com Ele. Quão ridículo seria comparecer a um tribunal como testemunha se eu não tivesse visto a cena! Ninguém acreditaria no que eu dissesse, a menos que eu mesmo tivesse estado lá. De sorte que desta vez resolvi pregar o reavivamento, a reforma e a justiça pela fé. Decidi falar acerca de Jesus, animando as pessoas a estudar, orar e procurar familiarizar-se com Deus em um relacionamento pessoal de um-para-um. E ao responderem, eu me reclinei na cadeira e disse: “É isto! Quando eles acham aquela experiência mais profunda com Cristo, eles saem e a partilham com outros. Não tenho de fazer nada para estimulá-los”. Mas depois eles deixaram de sair e partilhar com outros, e como resultado, o reavivamento começou a azedar. Alguns daqueles que haviam se emocionado a respeito desta experiência com Cristo acabaram piores do que antes.
Desde então tenho me deparado com pessoas que têm tido problemas em sua vida devocional. Talvez elas tenham percebido o significado de aprender a conhecer melhor a Jesus e tenham realmente iniciado o privilégio e a alegria da verdadeira comunhão com Cristo através do estudo da Sua Palavra e da oração. Mas então as coisas começaram a ir mal, e em nove de dez casos, o motivo foi que eles não partilharam com outros sua experiência de conhecer a Cristo. Eu realmente acredito nisto, não apenas em teoria, mas na própria prática. Tenho recebido cartas e conversado com pessoas que me contam experiências pessoais que demonstram que o nosso relacionamento com Cristo não pode crescer a menos que nos envolvamos em alcançar outros para Ele.
Deus está ciente do grande princípio de que quando procuramos ajudar os outros, estamos ajudando mais a nós mesmos. Eis por que em Seu grande amor Ele nos tem concedido o privilégio de trabalhar com Ele por outros como um meio de comunicação com o Céu, como um meio de continuar em contato com o Céu. Esta é uma das facetas do testemunho cristão que negligenciamos com muita frequência.
A fim de crescermos em nosso relacionamento com Deus é essencial que nos exercitemos partilhando com outros o que recebemos dEle. A atividade é a própria condição da vida, e aqueles que tentam permanecer cristãos aceitando passivamente os dons gratuitos e as bênçãos de Deus sem trabalhar para Ele, estão tentando viver comendo sem exercício. Na vida física isto sempre resulta em degeneração e decadência. Se recusamos exercitar nossos membros, logo perderemos qualquer poder ou capacidade de usá-los absolutamente.
O mesmo é verdade na vida espiritual. Se não exercitarmos nossas faculdades dadas por Deus, não somente deixaremos de crescer em Cristo, mas também perderemos a força que já tivemos. Se nos contentamos apenas em orar e meditar o dia todo sem sairmos para ajudar os outros, logo deixaremos completamente de orar. Por outro lado, a luz de Deus nos é dada para que possamos dá-la a outros, e quanto mais dermos, mais brilhante se tornará a nossa própria luz.
Assim, a única conclusão a que tenho sido capaz de chegar quanto ao problema do testemunho cristão, é que tão logo as pessoas se emocionem acerca do conhecimento de Jesus como um Amigo pessoal, devemos animá-las a testemunhar e prover toda oportunidade para envolvê-las no esforço missionário, partilhando e dando para que sua experiência com Cristo não morra.
Nosso problema é que temos apresentado frequentemente a ideia do testemunho em termos de tocar campainha na porta de lares estranhos. Mas o que disse Jesus acerca do testemunho cristão? No país dos gadarenos, Jesus curou um endemoninhado e expulsou os espíritos malignos para uma manada de suínos. O povo ficou assustado e rogou a Jesus que partisse. O homem que fora curado queria ficar com Jesus, mas Jesus lhe disse: “Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez, e como teve compaixão de ti” (Marcos 5:19). E esse homem deve ter obedecido, porque na próxima vez que Jesus visitou aquele lugar, aqueles que antes Lhe tinham rogado que partisse, agora se apressaram em dar-Lhe as boas-vindas. Estavam ansiosos para vê-Lo, por causa do que esse homem lhes havia contado.
É verdade que Jesus nos ordenou a “ir por todo o mundo e pregar o evangelho” (Marcos 16:15), mas há muito pouco apoio para a ideia de que temos obrigação de sair em retirada abrupta e intempestiva para junto das pessoas que nunca vimos antes e atingi-las com um monte de doutrinas do evangelho. Em vez disto, eu saio para fazer amizade com elas, e depois serei capaz de contar-lhes quão grandes coisas o Senhor tem feito por mim. Que proveito há em bater às portas e em tocar campainhas de estranhos se eu não sou capaz nem mesmo de falar com a pessoa que está do outro lado do corredor da minha própria igreja acerca do amor de Jesus?
Há uma diferença entre nossa motivação para o testemunho e a de Deus por mandar-nos fazer isto. O propósito de Deus para o testemunho cristão é conservar-nos vivos nEle. Não é meramente para satisfazer as necessidades das pessoas “lá fora”, mas para satisfazer nossas próprias necessidades. Ele não está esperando que nos tornemos peritos em apresentar a abordagem programada. Está esperando que nos demos conta de que a experiência pessoal com Cristo faz toda a diferença do mundo, e que percebamos que tornar-nos ativamente envolvidos com Ele na obra do evangelho é um privilégio dado por um Deus de amor.
Na vida diária, eu me familiarizo com você pela comunicação: falando-lhe, ouvindo você me falar, e indo a lugares e fazendo coisas juntos. Os mesmos princípios operam na vida espiritual: comunicação. Ouço a Deus através do estudo da Sua Palavra, falo com Ele por intermédio da oração, e vou a lugares e faço coisas com Ele envolvendo-me no testemunho cristão.
Deus sabe que como resultado de nos depararmos com provas e oposição ao testemunharmos, não somente nos aproximaremos mais de Jesus, mas também seremos levados a dobrar os joelhos com uma fome e sede de justiça ainda maior. Isto nos levará a buscar mais a Deus e nossa fé se fortalecerá enquanto nossa experiência com Cristo cresce, tornando-se mais profunda e mais rica. É verdade que outros também serão beneficiados quando nos envolvermos no testemunho cristão, mas o propósito principal de Deus é o nosso próprio bem.
Então devemos trabalhar para Deus a fim de salvar-nos a nós mesmos? Não, isto seria para nós um motivo egoísta. Nossa motivação para testemunhar é a alegria de saber quão maravilhoso Amigo achamos em Jesus e o desejo de partilhar esta felicidade com outros. Nossa motivação será o resultado espontâneo de termos uma experiência autêntica com Cristo. E esta alegria da comunhão com Ele não está reservada a apenas alguns. Todos nós podemos experimentá-la. E ao continuarmos a partilhar com outros o que temos recebido, estaremos operando nossa própria salvação, aprendendo a conhecer mais e mais a Cristo.
Isto aconteceu em um hospital de Nova Iorque, o qual fora fundado para ajudar os alcoólatras e aqueles com vícios ainda mais tenebrosos. Uma noite eles arrastaram um homem das ruas para dentro do hospital pela 50ª vez. De manhã o médico lhe disse:
– Bill, esta é a 50ª vez que você é internado aqui.
– Oh, então eu sou um cliente de meio século? Posso tomar um trago para comemorar?
– Você pode esquecer a comédia – respondeu o médico. – Mas eu lhe darei um trago se você sair da cama e me fizer um favor.
– Oh, dê-me o meu roupão de banho.
– Descendo o corredor há um jovem que na noite passada entrou neste hospital pela primeira vez – disse o médico. – Tudo o que eu quero que você faça é permitir que ele dê uma olhada para você. Não precisa dizer uma palavra. Apenas uma olhada para você poderia espantá-lo a ponto de jamais tomar outro trago.
Assim Bill desceu tropeçando o corredor e entrou no quarto do homem mais jovem. Ali estava ele – olhos injetados e costeletas emaranhadas. O sujeito mais jovem não pôde deixar de compreender a mensagem. Mas então aconteceu uma coisa estranha. Em vez de afastar-se, Bill começou a sentir-se penalizado por esse jovem, vítima do álcool. Disse ele:
– Você sabe, há algumas pessoas que não podem beber, e você tem de aprender a tempo.
– Não, obrigado. Eu não posso – respondeu o jovem.
– Você deve – disse Bill. – Tem de acreditar em um poder maior do que você mesmo.
– Não creio em um poder maior do que eu mesmo.
– Oh, sim, você crê! – retrucou Bill. – A garrafa é maior do que você!
E ele continuou por toda a manhã a conversar com esse homem, e finalmente, quando viu uma pequena reação no coração do jovem, quase gritou de alegria.
– O que devo fazer? – perguntou o jovem.
– Ore. E então permita-me que o ajude – respondeu Bill.
Ele estava tão surpreso ante suas próprias palavras que quase caiu. Mas ele continuou a conversar com esse jovem, citando textos bíblicos que havia aprendido em sua infância. Antes de partirem naquela manhã, Bill prometeu que se manteria em contato com o jovem para animá-lo e orar com ele.
Depois disto, Bill fez muitas visitas ao hospital, porém nunca mais como paciente. Em vez disto, ele ia como o fundador de uma organização mundial conhecida como Alcoólicos Anônimos. Sua premissa baseia-se na teoria de que ao tentar ajudar alguém, você sempre ajuda mais a si mesmo.
Deus sabe que isto é verdade. Ele pôs em operação este princípio. E em Seu amor Ele hoje nos convida a responder ao Seu convite de envolver-nos com Ele no trabalho em prol dos outros.
Querido Pai celestial, obrigado pelo privilégio que nos tens dado de envolver-nos contigo na obra do evangelho. Às vezes temos pensado ser isto uma incumbência difícil ou desagradável. Livra-nos de confiar em abordagens programadas e perdoa-nos por todas as coisas que temos tentado fazer a fim de escapar do envolvimento no esforço missionário. Ajuda-nos a conhecer tão bem a Ti que não sejamos capazes de ficar em silêncio, para que continuemos a contar aos outros o que Tu significas para nós. Agradecemos-Te por Tua misericórdia e paciência enquanto aprendemos a conhecer-Te melhor. Em nome de Jesus. Amém
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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Conversão é obra do Espírito Santo, que produz uma mudança de atitude para com Deus e cria uma nova capacidade de conhecer a Deus.


Você não pode escolher o dia do seu nascimento! Ninguém foi capaz de fazer isto até hoje. Quando aqui chegamos, o dia de nosso aniversário já estava definido. E, a despeito do progresso da moderna ciência médica, não é fácil escolher a data de nascimento de outro ser humano. A conversão é chamada de novo nascimento. É o início da vida espiritual. E, tal como na vida física, você não pode escolher a data de seu nascimento espiritual.
Quando meu filho estava no ginásio, achei que era tempo de ele se converter. Certo dia, sentei-me ao seu lado, tencionando realizar o trabalho. Não funcionou. Ambos terminamos frustrados. Havia-me esquecido do princípio fundamental na conversão que é obra do Espírito Santo. Não podemos converter-nos a nós mesmos, nem a outrem. “Essa mudança só se pode efetuar mediante a eficaz operação do Espírito Santo.” – O Desejado de Todas as Nações, pág. 172.
Os jovens geralmente entendem mal o que é realmente conversão. Alguns têm esperado uma experiência de Estrada de Damasco, esquecendo-se de que mesmo Paulo precisou de três anos de silêncio no deserto da Arábia a fim de estar pronto para começar seu ministério público. No outro extremo, outros não estão certos se afinal de contas são convertidos, mas imaginam que sim, pois foram criados dentro da igreja. Alguns se dedicaram a Cristo e, quando não se sentem miraculosamente transformados em caráter na manhã seguinte, concluem que não se converteram e esperam até o próximo apelo emocional para tentar novamente.
Encontrar uma definição para conversão, portanto, faz-se extremamente necessário. Conversão é obra do Espírito Santo, e produz uma mudança de atitude para com Deus. Quando o filho pródigo se converteu? Quanto estava no chiqueiro. E onde estava o filho pródigo imediatamente após a conversão? Ainda no chiqueiro! Alguém geralmente acrescenta este pensamento: “Mas ele não permaneceu ali por muito tempo!” É verdade. Mas o que mudou por ocasião de sua conversão? Foi sua atitude. Ele ainda tinha um longo caminho a percorrer para alcançar a casa de seu pai, porém sua atitude para com o pai sofreu uma mudança radical. E tal mudança de atitude preparou o caminho para o resto das mudanças que se seguiram.
A conversão cria uma nova capacidade para conhecer a Deus. Ninguém é capaz de comer ou respirar por si mesmo até ter nascido. E, conquanto seja possível apressar o processo de conversão colocando-se numa atmosfera de coisas espirituais, a tentativa de manter uma vida de devoção não será mais do que algo aborrecido e difícil de suportar, até que se haja nascido espiritualmente.
I Coríntios 2:14 declara: “O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente.”
Um dos milagres que o Espírito Santo opera ao tempo da conversão é criar uma nova capacidade para conhecer a Deus. “Para O servirmos devidamente, é mister nascermos do divino Espírito. Isto purificará o coração e renovará a mente, dando-nos nova capacidade para conhecer e amar a Deus.” – O Desejado de Todas as Nações, pág. 189.
Não importa se você procede de uma formação ateísta ou de cristãos genuínos, você precisa nascer de novo a fim de ver o reino dos Céus. Jesus disse a Nicodemos em S. João 3:3: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” E você pode saber se se converteu ou não. É verdade que as conversões diferem na medida em que difere nosso mecanismo emocional humano, mas a experiência de conversão é ainda distinta.
“Pouco a pouco, sem que o objeto dessa obra tenha talvez consciência do fato, produzem-se impressões que tendem a atrair a alma para Cristo. Estas se podem causar meditando nEle, lendo as Escrituras, ou ouvindo a palavra do pregador. De repente, ao chegar o Espírito com mais direto apelo, a alma entrega-se alegremente a Jesus.” – Idem, pág. 172.
Você já teve essa experiência “repentina”? Tem dependido de seu bom comportamento, sua posição na igreja, ou sua herança cristã para assegurar-se da salvação?
Ou tem-se concentrado em suas fraquezas ou erros para concluir com base nisto que nunca se converteu?
Quando compreender o que é a conversão, poderá saber se já se converteu ou não. 
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A justificação tornará você moral, mas moralidade não tornará você justo.


Deus não é contra a moralidade! Ele não repreende os laodiceanos, em Apocalipse 3, devido à moralidade deles. Repreende-os porque estão tentando substituir a justiça pela moralidade.
Você pode não ser contra uvas de plástico! Pode até achá-las muito atraentes quando num arranjo ornamental. Há um lugar para as frutas de plástico, e algumas das imitações no mercado são bem convincentes. Mas quando alguém adiciona uvas plásticas numa salada de frutas, esteja certo de que serão um desapontamento e um mau gosto. Elas não substituem de modo algum a fruta real.
Deus não é contra a moralidade! Se você estiver vivendo uma vida moral, ficará livre da cadeia. Não transformará seu cérebro num mingau de aveia. Haverá de manter-se melhor num emprego. Sua reputação e conceito na comunidade melhorará. Os que estão ao seu redor não sofrerão os efeitos de um comportamento imoral de sua parte. A moralidade tem algumas vantagens genuínas, não há dúvida. Mas Deus repreende a igreja de Laodicéia com base na premissa de que a moralidade nunca é um substituto para a justiça.
“Muitos que se chamam cristãos são meros moralistas humanos.” – Parábolas de Jesus, pág. 315. Note que isto não está descrevendo os que se chamam moralistas humanos. Está descrevendo aqueles que se intitulam cristãos, mas que não o são.
Na parábola do homem que não dispunha de vestes nupciais (ver S. Mateus 22) vemos o mesmo principio. O homem poderia ter preferido permanecer em casa, onde suas roupas de cidadão comum não despertariam qualquer comentário. O rei o convidou para as núpcias, mas não o forçou a assistir a elas. O problema do homem era que ele tentou usar suas próprias roupas em lugar das vestes que o rei provia e ainda participar das bodas.
As pessoas ao tempo de Cristo haviam aperfeiçoado uma religião baseada somente em moralidade. O fariseu que orou em pé no templo era uma vítima da moralidade como substituto da justiça. Ele estava tocando seu próprio tambor moral. Recitou para Deus uma lista de atos que sentia recomendado aos Céus. Baseava sua segurança no fato de que não praticava o que o publicano fazia. Era um comportamentista.
E provou novamente que a moralidade não só fracassará em torná-lo justo, mas, na verdade, pode afastá-lo da genuína justiça.
Deus não é contra a moralidade! Leia-o em Caminho a Cristo, pág. 18: “A educação, a cultura, o exercício da vontade, o esforço humano, todos têm sua devida esfera de ação, mas neste caso são impotentes. Poderão levar a um procedimento exteriormente correto, mas não podem mudar o coração.”
Não devemos descartar a moralidade; precisamos porém, compreendê-la apropriadamente. Moralidade é resultado da justificação. Não é a causa da justificação. Nunca será uma causa. O cristão genuíno será uma pessoa moral. Ao buscar genuína justiça, jamais precisaremos temer que a moralidade fique de fora. E possível ter bondade exterior somente, mas nunca é possível ter bondade interna sozinha.  Quando o coração é mudado, o resultado inevitável será uma mudança de comportamento. A justificação sempre fará você moral.
“Se habitamos em Cristo, se o amor de Deus habita em nós, nossos sentimentos, nossos pensamentos, nossas ações estão em harmonia com a vontade de Deus tal como se expressa nos preceitos de Sua santa lei.” – Caminho a Cristo, pág. 61.
Deus não é contra a moralidade! Mas Ele nos adverte contra a aceitação da moralidade como um substituto para a justificação. Ele nos convida para, em vez disso, aceitar a justiça de Cristo, livremente concedida a todos que vão a Deus por Ele.
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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Nossas boas obras não causam nossa salvação. Nossas más obras não causam nossa perdição.


O Pastor A. T. Jones foi um dos campeões da justificação pela fé em Cristo, isoladamente durante a ênfase de 1888, em nossa igreja. Ele era evidentemente um orador inflamado e bastante individualista. Em seu entusiasmo ele exagerou em sua apresentação e o Senhor enviou-lhe uma mensagem de conselho. Acha-se no Mensagens Escolhidas, Livro 1, começando pela página 377.
O Pastor Jones havia, repetidas vezes, declarado que as boas obras não valem nada, que não há condições para a salvação. Ellen White lhe disse: ”Sei o que quereis dizer, mas deixais uma impressão errada nos espíritos. Conquanto as boas obras não salvem alma alguma, é impossível que uma única alma se salve sem as boas obras.” – P. 377. E umas poucas páginas adiante, no mesmo volume, ela declara: “As obras não nos comprarão a entrada ao Céu.” – Página 388.
Assim, onde o Pastor Jones exagerou em sua apresentação? Qual é a diferença entre dizer que as boas obras nada valem, e dizer que as boas obras não salvarão sequer uma alma, nem comprarão entrada no Céu?
Algumas pessoas chegam logo à conclusão de que se as obras não nos salvam, então elas não devem ser importantes. E se nossas obras más não causam nossa perdição, então está certo praticá-las. Mas há uma palavra-chave, que impede esse tipo de mal-entendido. Falando sobre a relação de nossas boas ou más obras quanto à salvação ou perdição, não se esqueça da palavra causar.
Não estamos falando sobre a importância das boas obras. Não estamos falando sobre opropósito das boas obras. Estamos falando sobre o método de salvação. E quando se fala em salvação, as boas obras não são a sua causa. Elas são o resultado.
O que, então, causa nossa salvação? Sabemos que não são nossas boas obras. Romanos 3:20 afirma-o com clareza. ”Ninguém será justificado diante dele por obras da lei.” Jesus é Aquele que nos salva, e somos salvos por aceitá-Lo. “Abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” Atos 4:12.
Nossa atenção não deve concentrar-se sobre nossas ações, sejam elas boas ou más. Ao buscar salvação, devemos focalizar a Jesus e, ao contemplá-Lo, somos transformados à Sua imagem. Toda vez que olharmos a nós próprios, fracassaremos. Ou veremos nossa pecaminosidade e nos tornaremos desanimados, ou veremos nosso bom comportamento e ficaremos orgulhosos. É um beco sem saída, seja qual for a direção que tomarmos. Somente olhando à Jesus estaremos seguros.
Paulo foi veemente na questão da salvação pela fé em Cristo somente. Mas ele não era contra as boas obras. Ele havia sido uma das pessoas de melhor comportamento da cidade. Ele fala a respeito disso em Filipenses 3, e declara: “Se alguém tem razão de contar vantagens quanto as boas obras, vou comparar meu registro de conduta com a dele!” No final, entretanto, ele considerou tudo isso como perda, quando o comparou com a justiça de Cristo. “Julgado pela letra da lei, segundo os homens a aplicam à vida exterior, havia-se afastado do pecado; mas quando olhou as profundezas dos santos preceitos e se viu a si próprio como o via Deus, prostrou-se, humilde, e confessou a culpa.” – Caminho a Cristo, págs. 29 e 30.
Certa vez eu estava discutindo esta tese com um grupo de ministros. Quando falamos sobre a primeira parte, que nossas boas ações nada têm a ver quanto a causar nossa salvação, houve concordância de todo lado. Mas quando chegou a segunda parte, que nossas ações más nada têm a ver quanto a causar nossa perdição, alguns se tornaram pouco à vontade.
Permita-me, porém, perguntar: se a primeira parte é verdadeira, também a segunda não o seria? Não estão ambas as partes simplesmente reiterando a mesma verdade? Nossa salvação baseia-se em nossa contínua aceitação de Jesus e Seu sacrifício por nós, mediante um relacionamento diário com Ele. Não tem por base nosso comportamento. A salvação vai além do comportamento. E assim também se dá com a perda da salvação!Comportamento não é a linha divisória para determinar o destino eterno de alguém.
Se, por fim, você se salvar, será devido ao que fez em relação a Jesus como seu Salvador. As boas obras indubitavelmente estarão presentes; não são, porém, o que causou a sua salvação. Do mesmo modo, se afinal perder-se, será porque deixou a Jesus fora de seu coração, batendo em vão, pedindo entrada. As más obras podem estar presentes, mas serão o resultado, e não a causa. Deus não julga pelos atos exteriores, mas pelo coração. Do coração procedem as fontes da vida. Ver I Samuel 16:7; Provérbios 4:23
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Fazer o certo por não praticar o errado não é agir certo. Ser bom por não ser mau não é ser bom.


Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Mateus 7:18

Fazer o certo por não praticar o errado não é agir certo. Ser bom por não ser mau não é ser bom.
Se você não estiver fazendo nada errado, então estará fazendo o certo, correto? Errado!
Logicamente, isto não significa que se você está fazendo o que é errado você está fazendo o certo, ou que é certo fazer o errado. O que realmente significa é que você pode estar fazendo o certo por fora, mas o errado por dentro. E isso não é certo! O único que realmente faz o que é certo é aquele que é certo por dentro tanto quanto por fora.
Você já ouviu falar sobre os fariseus? Eles eram certos ou errados? Jesus proferiu algumas severas palavras aos fariseus em S. Mateus 23:27 e 28: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos, e de toda imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e iniquidade.”
Isso tudo nos conduz a uma questão importante. Conquanto possamos concordar em que o objetivo para o cristão é ser bom tanto por dentro quanto por fora, suponha que você ainda não é bom interiormente. Não estaria em melhor condição sendo pelo menos bom por fora, se isso é o melhor que pode conseguir? Ser um fariseu não seria melhor do que ser um publicano? Cuidado com a maneira como responde!
Jesus disse que a religião do fariseu não era suficiente para a vida eterna. “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos Céus.” S. Mateus 5:20. Assim, não importa a utilidade da bondade exterior, ela não serve para a salvação.
Precisamos considerar o que diz Caminho a Cristo, pág. 43: “Há os que professam servir a Deus, ao mesmo tempo que confiam em seus próprios esforços para obedecer à Sua lei, formar um caráter reto e alcançar a salvação. Seu coração não é movido por uma intuição profunda do amor de Cristo, mas procuram cumprir os deveres da vida cristã como uma exigência de Deus a fim de alcançarem o Céu. Semelhante religião nada vale.” Portanto, seja qual for o fim para que sirva a bondade exterior, ela não serve para a religião. Aqui não tem valor algum.
Apocalipse 3 traz uma mensagem especial à igreja pouco antes de Jesus vir novamente. “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio, ou quente! Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da Minha boca.” Versos 15 e 16. Assim, seja qual for o fim a que se destine a bondade exterior, é pior, segundo a perspectiva divina, do que absolutamente bondade nenhuma! Ele prefere até mesmo o frio ao morno!
Bondade que existe somente no exterior é repulsiva a Deus. Ele sabe que o pecador declarado é mais facilmente alcançado com as boas novas de salvação do que aquele que não sente qualquer necessidade. Aqueles que têm êxito em ser bons no exterior por seus próprios esforços, excluem-se da necessidade de um Salvador. E, sendo que não sentem nenhuma necessidade, não vêm a Cristo para receber a salvação que Ele está esperando dar.
É possível encher a igreja com pessoas fortes, capazes de produzir o comportamento por ela requerido. E o comportamento do qual tanto se orgulham, torna-se uma barreira contra qualquer relacionamento pessoal com Jesus Cristo.
Se nós realmente crêssemos nisso, se realmente aceitássemos a tese de que a justiça exterior é não só inútil aos olhos de Deus, mas é-Lhe mesmo repugnante, deixaríamos de tentar fazer o que é certo. Em vez disso, dedicaríamos nosso tempo, energia e esforço em buscá-Lo, para que Ele possa vir a viver Sua vida em nós.
Isso o assusta?
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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Chamados para ser Semeadores


"O que semeia a boa semente é o Filho do homem." Mat. 13:37

No oriente tão incertas eram as circunstâncias, e as violências tão grande perigo ocasionavam, que o povo morava principalmente em cidades muradas, e os lavradores saíam diariamente para o trabalho. Assim saiu também Cristo, o Semeador celeste, a semear. Deixou Seu lar seguro e cheio de paz, deixou a glória que
possuía junto ao Pai, antes de o mundo existir, deixou Sua posição no trono do Universo. Saiu como homem sofredor e tentado; saiu em solidão para semear em lágrimas e para regar com o próprio sangue a semente da vida para um mundo perdido. Igualmente, Seus servos precisam sair para semear. Quando Abraão foi chamado para tornar-se semeador da semente da verdade, foi-lhe ordenado: "Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei." Gên.12:1. "E saiu, sem saber para onde ia." Heb. 11:8. Assim também recebeu Paulo a ordem divina, enquanto orava no templo em
Jerusalém: "Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe." Atos 22:21. Assim todos os que são chamados para unir-se a Cristo, precisam deixar tudo para segui-Lo. Velhas relações precisam ser cortadas, planos de vida abandonados, esperanças terreais renunciadas. Com trabalho e lágrimas, na solidão e por sacrifício, deve a semente ser lançada.

"O semeador semeia a Palavra." Cristo veio para semear o mundo com a verdade. Durante todo o tempo, desde a queda do homem, tem Satanás lançado a semente do erro. Por uma mentira ganhou o domínio sobre os homens, e da mesma maneira trabalha ainda para subverter o reino de Deus na Terra e submeter os homens a seu poderio. Como semeador de um mundo mais elevado, veio Cristo para lançar as sementes da verdade. Ele, que tomou parte no conselho de Deus e morou no mais íntimo santuário do Eterno, podia dar aos homens os puros princípios da verdade. Desde a queda do homem, Cristo tem sido o Revelador da verdade ao mundo. Por Ele foi transmitida ao homem a semente incorruptível, a "Palavra de Deus, viva e que permanece para sempre". I Ped. 1:23. Naquela primeira promessa dada no Éden à humanidade caída Cristo lançava a semente do evangelho. Mas a parábola do semeador aplica-se especialmente a Seu ministério pessoal entre os homens, e à obra que Ele assim estabeleceu.
A Palavra de Deus é a semente. 
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